VEJA TEXTO SOBRE DELIBERAÇÕES DO 4º CONGRESSO DA FETEC
Reproduzimos texto divulgado na edição de hoje do Fetec On Line sobre o 4º Congresso da Fetec-SP, realizado no final de semana em São Paulo.
Entre as resoluções, os delegados do Congresso incluíram a necessidade de mudanças urgentes no sistema financeiro, de reforçar a campanha pela transformação dos bancos estatais em verdadeiros bancos públicos, intensificando o debate com a sociedade sobre a função social que os bancos devem desempenhar.
“A necessidade da mudanças na política atual do país foi a tônica do 4º Congresso da FETEC, realizado neste final de semana, em São Paulo, com a participação de 216 delegados. A maioria dos debates, bem como os discursos de abertura, apontaram para a necessidade de ampliar a organização dos trabalhadores como forma de se enfrentar a política econômica do governo FHC.
Para os delegados, o governo não poupou esforços para aprofundar o neoliberalismo, através de ataques aos direitos dos trabalhadores, venda do patrimônio público, abertura comercial, com conseqüente deterioração do parque nacional. De acordo com os debates, a política econômica de FHC incentivou a especulação financeira e privilegiou a ajuda aos banqueiros em detrimento da população, que hoje vive o aumento do desemprego e da exclusão social.
Na avaliação dos participantes do congresso, também são urgentes mudanças no sistema financeiro. Dentre as deliberações do evento estão a necessidade de se revitalizar a proposta apresentada pela CNB/CUT para regulamentação do artigo 192 e incentivo à realização da CPI dos Bancos. Deve-se discutir o papel do Banco Central e reforçar a campanha de transformação dos bancos estatais em verdadeiros bancos públicos. Além disso, intensificar o debate com a sociedade sobre a função social que os bancos deveriam desempenhar, através de concessões de crédito, capazes de retomar o crescimento do país.
Com relação à luta contra as privatizações, debateu-se a necessidade de articular campanhas unificadas. O objetivo é reunir, não só os bancários, mas também os trabalhadores das estatais de outros setores que atualmente estão na mira da privatização. O 4º Congresso da FETEC aprovou a constituição de um grupo de trabalho para debater, no âmbito da CUT, a atuação dos representantes dos trabalhadores nos fundos de pensão com relação à utilização de recursos institucionais em compra de ações de estatais.
Pressão popular – A abertura do 4º Congresso contou com as presenças do presidente da CUT Nacional, Vicentinho, representante da CUT/SP, Hildo Soares Souza, presidente da CNB/CUT, Sérgio Rosa e do presidente da Confederação Nacional dos Químicos, Edilson Paula Oliveira.
Vicentinho parabenizou os bancários pela atuação nas atividades promovidas pelo Fórum de Luta por Trabalho, Terra e Cidadania. Mas, alertou que a luta não pára por aí e conclamou cada sindicato a debater as formas de construção de uma greve geral. O presidente da CUT destacou a importância da campanha de sindicalização, promovida pela Central. “A sindicalização é o caminho para o fortalecimento das entidades sindicais, frente às mudanças que se aproximam. Com o empenho de cada dirigente, poderemos alcançar nossa meta de 500 mil novos sócios no país”.
Também estiveram presentes os deputados petistas Ricardo Berzoini e Wanderley Siraque. Berzoini, que participou no sábado de exposição sobre sistema financeiro e CPI dos Bancos, ressaltou a necessidade de pressão popular. “Ainda há tempo de se organizar a mobilização, não só contra as irregularidades no sistema financeiro, mas contra a política de FHC. Além de articular ações de campanha salarial, os sindicatos precisam ter estratégias paralelas para mudar a conjuntura atual. A saída é a união com os movimentos populares para colocar um grande número de pessoas nas ruas”.
Wanderley Siraque, por sua vez presente no domingo, lembrou a importância do “sindicato-cidadão”.
Nova direção – O 4º Congresso da FETEC aprovou, por unanimidade, a filiação do Seeb/Mogi das Cruzes, definiu algumas mudanças estatutárias e elegeu uma nova diretoria. O pleito contou apenas com uma chapa inscrita: “Unidade na Luta”, encabeçada por José Pinheiro de Miranda, a qual foi eleita por unanimidade. “
fonte: AFUBESP