Tropa de choque de Alckmin evita CPI da Nossa Caixa
O deputado estadual Arnaldo Jardim (PPS-SP), da tropa de choque do governo paulista, pediu vistas nesta terça-feira, dia 18, à votação de requerimentos ligados à Nossa Caixa, na Comissão de Finanças e Orçamento da Assembléia Legislativa de São Paulo (Alesp). “Novamente a bancada do governo estadual desrespeita a população de São Paulo e varre toda a sujeira para debaixo do tapete. O único jeito de limpar isso é com uma CPI”, disse Elias Maalouf, diretor da Fetec-CUT/SP.
Esta é a segunda vez que os deputados da base governista na Assembléia Legislativa de São Paulo barraram a votação. Antes, foi a vez dos deputados do PSDB, no último dia 11.
“Eles estão querendo enrolar, fazer o povo esquecer. Mas estão enganados, porque queremos saber o que aconteceu, vamos ficar em cima”, garante a diretora do Sindicato e funcionária da Nossa Caixa, Raquel Kacelnikas.
Na próxima terça-feira, dia 25, os deputados vão tentar novamente votar os requerimentos. Entre os pedidos que deveriam ser analisados está o convite para que deponham na Comissão de Finanças e Orçamento o acupunturista Jou Eel Jia, responsável pela Associação Chinesa do Brasil, proprietário do SPA Ch’na Tao e da Revista Ch’na Tao; Thomaz Rodrigues (filho do ex-governador Geraldo Alckmin) que seria sócio da filha do acupunturista, Suelyen Jou, cuja presença também deverá ser solicitada.
O objetivo é que os três prestem depoimento e esclareçam as denúncias de utilização do dinheiro da Nossa Caixa em publicidade da revista Ch’na Tao e para pagar curso de meditação no SPA, para professores da rede estadual de ensino.
Outro requerimento em análise é da realização de uma auditoria do Tribunal de Contas do Estado sobre a manutenção por mais de dois anos de contratos de publicidade do governo sem licitação, com gastos injustificados de quase R$ 50 milhões.
Além disso há denúncias de supostas irregularidades na utilização de verbas de publicidade do banco estadual para beneficiar deputados da base aliada do então governador Geraldo Alckmin. Ainda antes de sair do governo, Alckmin barrou a instalação de uma CPI para investigar as denúncias da Nossa Caixa.
Justiça
Enquanto nada acontece na Alesp, o Ministério Público ouve, nesta terça-feira, dia 18, o estilista Rogério Figueiredo, que teria doado 400 vestidos de luxo à então primeira-dama paulista, Lu Alckmin. Estima-se que as doações ultrapassem os R$ 2 milhões.
No último dia 12, também em depoimento ao Ministério Público, o ex-gerente de marketing da Nossa Caixa, Jaime de Castro, responsabilizou o atual presidente da instituição, Carlos Eduardo Monteiro, e o ex-presidente da Nossa Caixa, Waldery Albuquerque (também ex-presidente da Caixa Federal no governo FHC) pelo gasto irregular de R$ 48 milhões em publicidade sem contrato em veículos ligados a deputados estaduais aliados de Geraldo Alckmin na Assembléia Legislativa.
fonte: Seeb/São Paulo