Trabalhadores promovem ato contra privatizações em frente a Nossa Caixa
Representantes de entidades de funcionários de empresas estatais paulistas promovem nesta quinta-feira, 8 de novembro, a partir das 11h30, ato contra a possível venda das empresas estaduais. A atividade será realizada em frente ao prédio da Nossa Caixa, na Rua 15 de Novembro, região central de São Paulo. Os trabalhadores irão distribuir caixinhas de presente em alusão a tudo que vem sendo retirado das empresas do Estado. Também serão realizadas performances teatrais.
O governo de São Paulo já escolheu o Citibank e o Banco Fator para calcular o valor de 18 estatais paulista e gerenciar a possível venda das empresas. Parte do processo está suspenso, por meio de liminar.
“Os trabalhadores estão unidos para defender o emprego e o patrimônio público de São Paulo. Essas empresas que têm função social são fundamentais para o desenvolvimento do Estado”, diz a diretora do Sindicato e funcionária da Nossa Caixa, Raquel Kacelnikas.
Histórico – Em 31 de agosto de 2007, o governador José Serra enviou à Assembléia Legislativa um Projeto de Lei autorizando a transferência de 70% dos depósitos judiciais e administrativos existentes na Nossa Caixa para a conta única do Tesouro Estadual.
O projeto do governador foi enviado à Alesp em caráter de urgência. Serra quer alterar a destinação dos depósitos judiciais em que o Estado é parte da ação e transferir para o caixa único do Tesouro.
A Nossa Caixa tem um acordo com o TJ-SP de exclusividade de 15 anos (desde outubro de 2002) pelo qual os depósitos judiciais na esfera da Justiça Estadual devem ser feitos no banco.
Em março de 2007, o governo do Estado de São Paulo sacou R$ 2,1 bilhões, que representa 80% do patrimônio do banco, em troca da manutenção das contas da folha de pagamento do funcionalismo por cinco anos.
Em 2001, foi aprovada na Assembléia Legislativa a venda de 48% das ações e de sete subsidiárias da Nossa Caixa. 28% das ações já foram vendidas. É quase certa a venda das ações restantes, até completar o total de 48%. Apesar de essa realidade ainda não tirar o controle do Estado sobre o banco, como o governo de José Serra tem maioria na Assembléia, os bancários não descartam a triste possibilidade de haver mudança de regras para permitir a venda total do banco público.
fonte: Elisângela Cordeiro – Seeb SP