Trabalhadores do Grupo Santander Banespa protestam contra fechamento de agências
Nesta quarta-feira, 11, estão sendo realizadas atividades de protesto contra a decisão anunciada pelo Grupo Santander Banespa (composto pelos bancos Santander Brasil, Meridional e Banespa) de fechar 14 agências na próxima sexta-feira, 13.
Na capital paulista, foram paralisadas as agências do Santander Brasil e do Banespa situadas em Pinheiros. “Nosso objetivo é convencer o banco a abrir um processo de negociação visando impedir não apenas o encerramento das unidades, mas, principalmente, a demissão dos funcionários”, explica o diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Marcos Benedito, que participou da atividade no Santander Brasil.
Gerente desrespeita funcionários – O protesto na unidade do Banespa (Rua Teodoro Sampaio, nº 2.258) teve um motivo adicional: a falta de respeito do gerente geral Camal Costa para com os funcionários.
Panfleto distribuído na entrada da agência, durante a paralisação, denuncia que o referido gerente pratica assédio moral, “ameaçando e humilhando os bancários, passando por cima inclusive da negociação ocorrida entre o RH e os sindicalistas”. O documento informa ainda que os banespianos são obrigados a extrapolar a jornada de trabalho, colocando em risco a própria segurança. “Recentemente, duas funcionárias foram assaltadas depois de terem trabalhado até tarde da noite, numa imposição feita por Camal”, afirma o manifesto.
Depoimentos colhidos durante o protesto, confirmaram todas as denúncias contra o mau gerente. Veja algumas das declarações ouvidas: “Ele já demitiu funcionários novos, contratados depois da privatização.”; “Certa ocasião, chegou a interromper o passeio de alguns colegas que estavam passando o final de semana em um hotel fazenda, obrigando-os a virem trabalhar no domingo.”; “Forçou funcionários a assistirem um culto evangélico”; “Ameaça, dizendo ‘você sabia que com o seu salário, o banco poderia contratar dois’”; etc.
De acordo com os funcionários, o gerente só melhorou um pouco após as denúncias publicadas no jornal do Sindicato (Folha Bancária). “Vamos continuar denunciado a postura de Camal e não descansaremos enquanto a direção do banco não resolver o problema”, diz Sérgio Godinho, diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo.
Paralisações em todo o país – Os bancários de Porto Alegre e Santa Maria também realizaram manifestações contra o encerramento de agências do Santander Banespa no Estado. Na capital gaúcha, a atividade ocorreu em frente à agência localizada na Avenida Borges de Medeiros, que está incluída na lista das 14 unidades do banco em todo o país que deverão ser fechadas na sexta-feira.
No Rio Grande do Sul, cinco agências, que empregam no total 50 funcionários, serão desativadas e as demissões já começaram. Conforme a Federação dos Bancários do RS (FEEB-RS), seis pessoas foram dispensados até agora.
Os protestos atingiram diversas outras unidades do Santander Banespa em todo o País. Em Bauru, o Sindicato dos Bancários local realizou ato em frente à unidade centro do Santander Banespa. Os bancários de Assis fizeram atividade na porta da agência da cidade. Os colegas de Mogi das Cruzes e Guarulhos também promoveram manifestações semelhantes contra o fechamento de agências.
Em diversos locais foram distribuídos o manifesto O Santander Banespa faz mal ao Brasil, que denuncia a política do banco. Para o diretor do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região, Ademir Wiederkehr, o slogan resume a prática nociva da instituição. “O banco é campeão no desrespeito aos bancários e à população: fecha agências, demite trabalhadores, cobra altos juros e tarifas abusivas e envia os lucros para a Espanha”, elenca Ademir, que também é diretor da Afubesp.
Confira abaixo a relação das agências que o Santander pretende fechar:
1- Américo Brasiliense (São Paulo)
2- Avenida Bedi Bassit (São José do Rio Preto-SP)
3- Avenida Brasil (Maringá-PR), com cinco demissões confirmadas
4- Boqueirão (Canoas-RS)
5- Borges de Medeiros (Porto Alegre-RS)
6- Caxias do Sul (RS)
7- Cumbica (Guarulhos-SP), com duas demissões
8- Estreito (Florianópolis-SC)
9- Inhauma (RJ)
10- Centro (Niterói-RJ)
11- Londrina (PR), com cinco demissões
12- Medianeira (Santa Maria-RS), com três demissões
13- Praça Osvaldo Cruz (São Paulo)
14- Siqueira Campos (Porto Alegre-RS)
fonte: Airton Goes – Afubesp