Trabalhadores do Grupo Santander Banespa dizem não à extrapolação de jornada
A luta pelo cumprimento de jornada de trabalho será o tema específico deste ano na Jornada Internacional de Luta dos bancários do Grupo Santander Banespa que mobilizará simultaneamente, no dia 19 de setembro, funcionários do banco na Espanha e de países da América Latina.
Os bancários da instituição européia que já sofrem com a prática da extrapolação de jornada, vão engrossar o coro, na América Latina, e fazer chegar à direção do banco na Espanha que não irão aceitar a implementação do atendimento 24 horas por dia, sete dias da semana.
Os novos horários de funcionamento do banco seriam inicialmente praticados no Chile. A denúncia foi feita pelo dirigente sindical daquele país, Marcelo Rojas, durante a 6º Reunião da Coordenadora Sindical Internacional do Grupo Santander (CCSCS), que aconteceu simultaneamente, em abril, com a 2º Reunião do Comitê Sindical Internacional do Grupo Santander da UNI Américas Finanças.
“Querem transformar o Chile em um laboratório, para depois exportar as experiências para outros países”, disse Rita Berlofa, funcionária do banco, diretora do Sindicato e membro suplente do Executivo Mundial da UNI.
“A ampliação do horário de atendimento não significa aumento de contrações, mas sim o risco da extrapolação de jornada que provoca a precarização do trabalho e o adoecimento da categoria”, advertiu a dirigente Sindical.
Enquanto o lucro dos onze maiores bancos do Brasil cresceu 1.797% de 1994 a 2005, o número de trabalhadores caiu, no mesmo período, de 571 mil para 400 mil. O bancário que em 1994 administrava 44 contas correntes, hoje é responsável por 95 delas.
Unificação de Direitos – No dia 19 setembro, dia da jornada internacional de luta dos trabalhadores do Santander Banespa, será entregue à direção do banco na Espanha um documento aos representantes da Instituição Financeira solicitando uma negociação mundial.
Os trabalhadores querem um acordo marco que, além de parâmetros sobre jornada de trabalho, trataria de outros direitos que pudessem ser unificados beneficiando todos os bancários do Grupo Santander na Espanha quanto em países da América Latina.
“É inaceitável que um banco que se considera o maior do mundo, não queira conversar com seus trabalhadores de igual para igual. O acordo marco, a unidade de direitos, as garantias ao trabalhador, independem de onde a empresa esteja”, destacou Rita Berlofa.
O único banco que ainda não respondeu ao pedido de uma reunião internacional com os representantes dos trabalhadores é o Santander. O BBVA, que já negocia mundialmente, e o ABN Amro que se reúnem na América do Sul já estão estudando a criação de um acordo marco.
A dirigente sindical acredita que a organização de trabalhadores de forma internacional é uma necessidade, porque fortalece a categoria em razão da troca de experiências, da promoção de atividades e da reivindicação unificada de direitos. “Uma das cláusulas do acordo coletivo dos trabalhadores do banco no Brasil, a que garante a estabilidade pré-aposentadoria com liberação remunerada, bem como a garantia de emprego, teve como base cláusulas existentes no acordo do Santander com os trabalhadores espanhóis, quando da fusão do Banco Central Hispano com o Santander”, afirmou.
Jornada Internacional de Luta – Os trabalhadores do BBVA, Grupo Santander, ABN Amro e HSBC de vários países realizam a Jornada Internacional de Luta entre os dias 18 e 22 de setembro, que neste ano terá como tema central: “Com Sindicatos Fortes, respeito e ampliação de direitos”. Os trabalhadores da cada banco terão um dia para apresentar temas específicos no período da campanha.
fonte: Seeb SP