Sindicalistas da CUT discutem correção da tabela do IR com parlamentares
O presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Luiz Marinho, e dirigentes de vários sindicatos cutistas estiveram nesta terça-feira, 7, em Brasília, reunidos com parlamentares para pressionar pela alteração na tabela do imposto de renda e por uma política permanente de reajuste para o salário mínimo. No início da manhã, os sindicalistas se reuniram com a bancada petista no Senado e, na seqüência, com os líderes da base aliada na Câmara dos Deputados.
O objetivo das reuniões foi sensibilizar deputados e senadores quanto à importância das reivindicações serem aprovadas junto com o Orçamento da União para o ano que vem. Para Marinho, “não adianta falar só em superávit fiscal e esquecer que lá embaixo tem uma população carente cobrando ações do governo.”
O presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Luiz Cláudio Marcolino, que também participou dos encontros, quer uma tabela de cobrança do IR mais justa e a elevação do salário mínimo. “Precisamos ter uma melhor distribuição de renda no país”, defende.
Amanhã, dia 8, os sindicalistas reúnem-se com o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, às 16h, com o objetivo de demonstrar que é possível alterar a tabela do IR, sem perdas para o orçamento governamental.
Para Marcolino, o governo cobra muito Imposto de Renda dos salários mais baixos, enquanto que os proporcionalmente mais altos pagam menos. “Por isso, apresentamos aos parlamentares, e vamos levar ao ministro, argumentos para convencê-los de que é possível alterar as alíquotas e respectivas deduções, de forma a corrigir as distorções da tabela atual e fazer justiça tributária no Brasil”, completa o dirigente.
Reajuste do salário mínimo – Os dirigentes também estão cobrando do governo uma promessa de campanha: a valorização do salário mínimo. A proposta da CUT é de que em 2005 o mínimo seja reajustado em 23,08%, passando a R$ 320 a partir de janeiro ou em maio.
A Central defende a implementação de uma política de reajuste permanente para o mínimo, que inclua aumento real. Para isso, sugere a formação de uma equipe que pense políticas de correção salarial a longo prazo, tornado desnecessário travar esse debate todos os anos.
Em defesa de suas propostas para o salário mínimo e a correção da tabela do IR, a CUT realizará uma marcha a Brasília, entre os dias 13 e 15, que deve contar com a participação de cerca de 2 mil trabalhadores. A caminhada começa no dia 13, às 7h, saindo de Valparaíso, localidade que fica a cerca de 40 km do Congresso Nacional, e termina com um ato no Congresso Nacional, às 14h do dia 15.
FHC só alterou a tabela do IR uma vez – O congelamento da tabela de cálculo do IR começou na gestão FHC, que só a alterou uma vez em oito anos. Em 2002, no final de seu mandato, o tucano corrigiu a tabela em 17,5%. Entretanto, de 1996 até dezembro deste ano, a defasagem da tabela é estimada em cerca 63,23% – 39,5% herdado do período FHC e 17% acumulado nos 24 meses do governo Lula.
Este ano, depois de várias manifestações em São Bernardo do Campo e São Paulo, exigindo a correção da tabela, os sindicalistas conseguiram do governo a promessa de que em 2005 a carga em cima do trabalhador será menor. Enquanto as mudanças estão sendo analisadas, os sindicalistas conquistaram redutor fixo de R$ 100 sobre a renda líquida tributável nos meses de agosto a dezembro de 2004 – inclusive 13º.
fonte: Airton Goes – Afubesp, com informações do Seeb SP