Seeb SP conquista reintegração de lesionado do Grupo Santander Banespa
Luiz Carlos Pedro vivia um cotidiano intenso, mas razoavelmente estável, depois de dez anos trabalhando na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro quando, em outubro de 2000, foi convidado pelo Santander a mudar de emprego e nunca mais teve tranqüilidade na vida.
Movido pelas promessas de progresso financeiro e social que recebeu, Luiz aceitou a proposta. Deram-lhe uma sala e uma função – Analista de Processos e Ações – mas, já no princípio, negaram-lhe o registro em carteira. Ainda assim, manteve a sua parte no trato e foi tocando o serviço, que era lidar com documentos antigos.
Mas foi trabalhando que aumentou a certeza de que as promessas que havia recebido não seriam cumpridas. Os papéis chegavam em caixas de madeira com mais de 100 quilos cada e em condições precárias, acumulando cupins, traças e até escorpiões. Para abri-las, Luiz usava ferramentas nada comuns para a atividade bancária, como marreta, talhadeira, pé-de-cabra etc., em 11 horas diárias de jornada.
Semanas depois, a decepção aumentou: Luiz não seria mais funcionário do Grupo Santander Banespa. Seu setor acabara de ser terceirizado e as empresas contratadas também se negaram a registrá-lo. “O banco apenas me garantiu que renovaria o contrato a cada 90 dias, para me manter empregado”, lembra. Mais tarde, depois de muita insistência e dois anos depois do prometido, o bancário foi regularmente contratado, como funcionário do Santander Meridional, em agosto de 2002.
Demitido – A vida de Luiz voltou a virar de cabeça para baixo em junho do ano passado. Mesmo sob licença médica – fazia vários tratamentos de doenças ocupacionais – e faltando nove meses para se aposentar, foi demitido sumariamente. “Fiquei deprimido, pois eu sempre tive avaliações positivas e elogios dos colegas.”
O bancário resolveu procurar o Sindicato dos Bancários de São Paulo e acaba de conquistar a reversão de sua demissão. “Tive toda a orientação que precisava sobre meus direitos, de como dirigir-me ao INSS, aos exames médicos e, principalmente, recebi apoio do GTSB (Grupo de Trabalho dos Funcionários do Santander Banespa) para continuar lutando”, agradece.
O grupo – O GTSB surgiu em meados de 1999, quando alguns funcionários do Santander – todos portadores de LER/Dort e afastados de suas funções –, passaram a se reunir na sede do Sindicato, para discutir e encaminhar demandas referentes à saúde negligenciadas pelo banco. Desde então, o grupo vem se encontrando regularmente, intervém em debates além das questões de saúde e já conta com trabalhadores da ativa não portadores de LER/DORT. “Trabalhamos sério na defesa dos interesses dos colegas do Grupo Santander Banespa, contra a política de desvalorização das pessoas imposta pela empresa”, explica Marcos Benedito da Silva, que participa da coordenação do GTSB e é diretor da entidade. A próxima reunião do GTSB será realizada no dia 26 deste mês. Os interessados devem procurar o Sindicato.
fonte: Folha Bancária – Seeb SP