Santander vai abandonar marca Banespa até 2010
Conforme reportagem publicada na quarta-feira, dia 24, pela Folha de S.Paulo, o Banespa vai desaparecer de vez. Pelo menos a marca Banespa, que completa 98 anos de existência em 2007. O Santander vai deixar de usar o nome, que será completamente abandonado até 2010, segundo os planos do banco.
A caminho do Chile para participar de convenção com diretores do banco, Francisco Luzón, diretor-geral para a América do Santander, parou no Brasil para desmentir rumores de que operações do banco no Brasil estariam à venda e aproveitou para listar os planos do grupo para a América Latina.
No final de 2006, uma revista internacional especializada em finanças publicou texto segundo o qual o Bradesco negociava com o grupo, o que foi logo negado pelos espanhóis. “Se alguém na diretoria do Santander sugerisse isso, nós o jogaríamos pela janela”, brincou Luzón. Ele insistiu em que os negócios do grupo no Brasil são de longo prazo, “não viemos para ficar cinco anos, nosso negócio é para cem [anos]”.
Ele argumenta que, desde 2000, quando o banco aportou no Brasil comprando o Banespa, a instituição enfrentou várias crises. Agora, quando as perspectivas da região são de crescimento, conclui ele, não faz sentido abandonar o barco.
Luzón sugere que agora é hora de colher os frutos do investimento e confiança na região. Ele estima que, se os países latino-americanos crescerem pelo menos 4% nos próximos quatro anos, “ocorreram mudanças na América Latina nunca antes vistas”. Uma delas, diz, será o fato de que a proporção de pessoas de renda média e alta será maior do que a de pobres e indigentes, o que aumenta o potencial de negócios para os bancos que atuam por aqui.
Ao contrário do que sugerem os rumores de venda, Luzón diz que o banco aumentará sua exposição no Brasil e em toda a América Latina. No Brasil, o banco quer aumentar o número de agências, postos e caixas no Sudeste e tentar ampliar a presença outras regiões. Processo, diz, que pode incluir a compra de instituições menores pelo grupo espanhol.
O próprio abandono da marca Banespa, diz ele, faz parte de ofensiva de marketing em toda a região, que inclui até o patrocínio da Taça Libertadores. Até 2010, planejam os espanhóis, o Santander terá concluído a padronização da marca e será o que Luzón chama de “único banco latino-americano”.
Os negócios do Santander no Brasil respondem por 10% dos negócios globais do banco. Parcela que ele diz que não vai diminuir. Neste ano, informa Luzón, o Santander deverá contratar 6.000 na América Latina, aumento de 10% do quadro de funcionários do banco.
fonte: Marcelo Billi – Folha de S.Paulo