Santander quer trabalhar domingo sem garantir direitos
Os funcionários do Santander Banespa estão sendo convocados para trabalhar no domingo, dia 2 de abril, no Rio Grande do Sul, dentro do processo de integração tecnológica dos bancos Santander e Banespa. Trata-se da segunda vez que isso ocorre, sem qualquer negociação prévia com as entidades sindicais e a Delegacia Regional do Trabalho (DRT) para garantir os direitos trabalhistas dos bancários.
No dia 19 de fevereiro, somente os empregados que possuem ponto eletrônico, como caixas e coordenadores, receberam o pagamento das horas extras trabalhadores. Gerentes e outros comissionados foram obrigados a trabalhar de graça, o que representa o descumprimento da CLT. Na ocasião, várias agências foram fiscalizadas em Porto Alegre pela DRT/RS.
“Segundo a CLT, sábado e domingo são dias de descanso dos bancários e, portanto, qualquer trabalho nesses dias depende de autorização dos sindicatos e da DRT”, afirma o diretor financeiro do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região, Mauro Salles Machado.
“Esse lado cruel do grupo espanhol se contrapõe à campanha milionária de propaganda que invadiu o rádio e a TV”, aponta Mauro. “Com essa medida, o Santander mostra que é um banco desumano, pois desrespeita a jornada de trabalho e prejudica a saúde dos bancários”, salienta o dirigente sindical.
Pedido de mediação – O Sindicato protocolou ontem, dia 22, um pedido de mediação com o Santander Banespa na DRT/RS. “Queremos abrir uma negociação com o banco para exigir o respeito aos direitos de todos os bancários que novamente foram convocados a trabalhar neste domingo”, destaca o diretor do Sindicato, Ademir Wiederkehr.
A DRT ficou de analisar a situação e agendar uma mediação entre as partes para resolver o impasse.
Como se não bastasse, o Santander Banespa planeja uma nova convocação em todo o país, durante o feriadão da Páscoa, o que já foi duramente rechaçado pelas entidades sindicais na recente reunião do Comitê de Relações Trabalhistas, ocorrida no último dia 15, em São Paulo.
“Trabalhar na sexta-feira santa, sábado de aleluia e domingo da Páscoa é querer crucificar os bancários e suas famílias”, protesta Ademir.
fonte: Seeb PoA