Santander prevê duplicar varejo na América Latina em 3 anos
O presidente do banco espanhol Santander Central Hispano, Emilio Botín, disse na quarta-feira, 17, que o grupo prevê duplicar os negócios dos seus clientes na América Latina nos próximos três anos.
“Nos próximos três anos, prevemos duplicar o negócio dos nossos clientes (na região)”, disse Botín sem dar mais detalhes, durante fórum em Madri sobre o “Crescimento sustentável da América Latina”.
Um porta-voz do Santander esclareceu, mais tarde, que Botín se referiu ao incremento de depósitos, fundos e empréstimos na região. O banco tem uma participação entre 9 e 10 por cento no segmento de varejo na América Latina.
Um analista de um banco espanhol disse que como consequência da aquisição do banco britânico Abbey National, a exposição ao risco do SHC diminuiu e lhe permite investir mais dinheiro na América Latina, uma região de grande potencial de crescimento, mas também de maior risco.
Botín fez as declarações depois de destacar o sólido crescimento econômico pelo qual atravessa a região. “A Iberoamérica poderia alcançar um crescimento próximo a 5 por cento em 2004, que é a taxa mais elevada desde 1997 e uma das mais elevadas nas últimas décadas”, acrescentou.
Na América Latina, o grupo SCH obteve lucro de 1,025 bilhão de euros nos nove primeiros meses do ano, uma queda de 1,3 pro cento em relação ao mesmo período do ano passado. Sem o efeito do câmbio, o lucro teria crescido 8,4 por cento.
“Contamos com o tamanho, a diversificação e a capacidade necessária para seguir crescendo organicamente na região”, afirmou o executivo. O banqueiro destacou que este ano se falou menos da América Latina, um sinal de que a região vai bem. “A atenção dos mercados se concentrou no encarecimento do petróleo, o preço do dólar e o forte crescimento da China”, ressaltou.
“Se produziu o que podemos chamar de uma recuperação silenciosa, uma recuperação pausada e sem sobressaltos, favorecida por um contexto exterior com fortes crescimentos da economia e do comércio mundial, com juros baixos e preços das matérias primas em alta”, declarou.
BBVA também vê solidez na AL – O presidente do BBVA, Francisco González, também qualificou a evolução geral da América Latina no último ano como positiva, e manifestou que a região está experimentando uma recuperação forte e generalizada.
O dirigente do BBVA disse que em 2004, pela primeira vez desde 1997, todos os países latino-americanos vão ter crescimento. “As perspectivas dos estudos do BBVA apontam para um crescimento em torno dos 4 por cento em 2005”, disse González durante o fórum em Madri.
A América Latina corresponde a um terço dos resultados consolidados do BBVA. González avaliou que o desenvolvimento acelerado dos países asiáticos, especialmente da China, se revelou como um motor muito importante para o crescimento da América Latina. “Vários países da região encontraram um importante sócio comercial (na Ásia) que está impulsionando de forma muito clara as exportações de produtos agrícolas e minerais”, disse González, citando como exemplo as exportações de soja, que representam 11 por cento das exportações brasileiras e 24 por cento das argentinas, e cujo destino principal é a Ásia.
Ele afirmou, na inauguração do VI Fórum Latibex, bolsa que negocia empresas latino-americanas na Espanha, que a maior estabilidade da região estava diminuindo o risco percebido pelos investidores em América Latina.
fonte: Reuters