Santander mais perto de comprar o Banco Real
O banco espanhol Santander ficou mais próximo de adquirir o Real e fazer parte da maior operação de fusão ou aquisição do setor bancário mundial. Nesta sexta, o banco britânico Barclays anunciou que, depois de sete meses na disputa, desistiu de comprar o holandês ABN Amro, que no Brasil controla o Real.
Com isso, abriu-se caminho para que o consórcio que reúne o Santander, o Royal Bank of Scotland (RBS) e o belgo-holandês Fortis compre o ABN. Juntos, os três bancos oferecem 71,1 bilhões de euros (US$ 100 bilhões, ou R$ 185 bilhões), sendo 93% em dinheiro. O valor supera a compra do Citigroup pelo Travelers por US$ 72,56 bilhões em 1998, até hoje a maior já realizada no setor bancário.
O grupo tem até a próxima quarta-feira para detalhar os resultados da oferta e até o fim da próxima semana para declará-la como incondicional. A proposta do Barclays era 14% menor que a do trio. O banco receberá do ABN 200 milhões de euros referentes à taxa de quebra de contrato.
Como fica o Brasil
Se a proposta for concretizada, o Santander assumirá, no Brasil, o controle do Banco Real, criando o segundo maior banco do país em depósitos, o terceiro em escritórios e créditos, e o quarto em receita, controlando 12% do mercado brasileiro (16% no Sul e Sudeste).
O banco espanhol prevê com esta aquisição uma sinergia no valor de 810 milhões de euros (US$ 1,085 bilhão), devido a um plano de negócios que contempla melhores práticas em eficiência, integração tecnológica, de operações e serviços centrais, e fusão completa de redes.
A integração de Banespa e Banco Real deverá levar três anos, segundo as previsões do banco espanhol feitas no primeiro semestre. Nas fases iniciais, as duas estruturas comerciais serão mantidas separadas, cada uma com sua própria marca. Mas, no futuro, é previsível que as duas redes operem sob a marca Santander.
Em maio, quando o negócio estava mais distante de ser concretizado, o banco da Espanha anunciou que não está previsto um “número significativo” de demissões.
As possíveis reduções “se realizarão, na medida do possível, mediante pré-aposentadorias e baixas voluntárias”, afirmou o grupo. A outra parte do corte de custos será resultado da terceirização de serviços.
Fonte: Uol Economia e Agências Internacionais