Santander integra consórcio interessado em adquirir controle do ABN
Primeiro, a agência Reuters e, agora, a revista Exame informam que o Santander integra um consórcio de bancos internacionais dispostos a adquirir o controle acionário do holandês ABN Amro.
De acordo com as matérias, o escocês Royal Bank of Scotland e o belgo-holandês Fortis seriam os parceiros do grupo espanhol na empreitada. “… o Santander tem interesse em ficar com as operações da ABN no Brasil e na Itália. O Royal Bank of Scotland ficaria com o LaSalle Bank, maior instituição financeira de Chicago e forte no meio-oeste americano. Já a parte do ABN que caberia ao Fortis seriam as operações na Holanda”, afirma a revista.
Entretanto, para atingir esses objetivos, o consórcio terá que vencer uma disputa de pesos pesados, pois também estão no páreo os britânicos Barclays e HSBC, bem como os americanos Citibank e Bank of América.
Mesmo antes de qualquer definição sobre o futuro do ABN, a Exame já especula como ficaria o mercado bancário nacional após a venda do gigante Holandês, que tem operações em 53 países e valor de mercado de US$ 86 bilhões. “O Santander Banespa, quarto maior banco privado do Brasil, incorporaria o ABN-Real, terceiro do ranking, e passaria a ter ativos de R$ 221,285 bilhões, segundo números do Banco Central. Esse valor é suficiente para colocá-lo à frente do atual líder Bradesco (R$ 213,302 bilhões) e do vice Itaú (R$ 205,156 bilhões)”, contabiliza a publicação.
Outra possibilidade aventada é a aquisição do ABN pelo Bank of América, maior acionista estrangeiro do Itaú. “Como o banco americano nunca demonstrou grande interesse pelo Brasil e vendeu suas participações no BankBoston na maior parte da América Latina, o mais provável é que nesse cenário o Itaú ficasse com o Real. Caso essa hipótese se concretize, o banco controlado pela família Setubal passaria a ter R$ 324,316 bilhões em ativos no Brasil e superaria até mesmo o Banco do Brasil (R$ 296,356 bilhões).”
Em ambas as hipóteses os bancários deveriam ficar atentos, pois a revista já fala em “sobreposição de agências”, o que “obrigaria” a corte de “estrutura e empregos redundantes”.
Segundo especialistas consultados pela Exame, haveria maior aproveitamento da estrutura atual do Real, caso o comprador do grupo holandês seja o HSBC, Barclays ou Citibank.
ABN Amro no Brasil – Os holandeses adquiriram o Banco Real em 1998 por US$ 2 bilhões. “No final do ano passado, a instituição tinha 31 mil funcionários e 1.095 agências. O lucro líquido alcançou R$ 2 bilhões em 2006, uma alta de 43% sobre o ano anterior”, informa a matéria.
fonte: Airton Goes – Afubesp