Santander desobedece lei e mostra desprezo pela vida dos bancários
Banco manda abrir agências sem segurança durante greve dos vigilantes e coloca clientes e funcionários numa verdadeira roleta russa
A orientação do vice-presidente de rede do Santander, Pedro Coutinho, de como as agências deveriam proceder durante a greve dos vigilantes nos dias 3 e 4, mostra que o banco espanhol não dá a mínima para a vida dos funcionários e clientes.
Os procedimentos foram passados por e-mail pelo superintendente de segurança, Renato Toledo Guimarães Vaz, ao vice-presidente que acatou e depois repassou para a rede de agências, orientando o descumprimento da lei federal 7.102/83. Essa atitude colocou em riscos trabalhadores e clientes.
As recomendações encaminhadas aos bancários foram as seguintes;
– No caso de ausência total de vigilância, a gerência deve designar um funcionário para controle da porta giratória;
– Na ausência de funcionário, orientamos o destravamento da porta giratória para liberação do acesso aos clientes no PV;
– Durante a ausência da segurança, todos os funcionários devem manter atenção redobrada e, em caso de movimentação suspeita nas áreas internas e externas da dependência, acionar o sistema de alarme sem hesitação.
A funcionária do Santander e diretora do Sindicato Rita Berlofa lembra que a entidade entrou em contato com o RH de várias instituições financeiras, inclusive do banco espanhol, que garantiram o fechamento das agências na falta de segurança.
O Santander, no entanto, não cumpriu. “Recebemos relatos de bancários que viveram momentos de tensão durante a greve por ter que abrir agência sem vigilante, descumprindo a lei. A postura do vice-presidente foi criminosa e irresponsável”, diz Rita.
O Sindicato enviou ofício para a Polícia Federal exigindo a punição dos bancos. A PF confirmou que notificou algumas agências do Santander.
“Está evidente que o Santander descumpriu a lei e colocou os trabalhadores e clientes em risco. Vamos aos órgãos competentes cobrar punição. Estamos levantando dados das agências que cometeram irregularidades. Orientamos aos bancários que denunciem qualquer tipo de irregularidade ao Sindicato”, lembra a dirigente sindical.
O Sindicato ingressou na Justiça do Trabalho com uma ação civil pública alegando dano moral aos trabalhadores e pedindo a proibição de abertura de agências nessas circunstâncias.
“Esses bancos que obrigaram os funcionários a abrir as agências sem vigilantes cometeram um crime e devem pagar por ele. Queremos que os bancários sejam ressarcidos pela irresponsabilidade dos banqueiros”, afirma o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino.
fonte: Carlos Fernandes – Seeb SP