Santander deixa vigilantes sem intervalo para almoço
O Santander está reduzindo investimentos em segurança. Dentre as medidas, destaca-se o corte do direito dos vigilantes ao intervalo para alimentação nas agências de Porto Alegre. Conforme denúncia recebida pelo SindBancários, os trabalhadores não possuem mais horário para almoço, uma vez que o banco deixou de contratar o serviço de substitutos e, assim, reduzir despesas e aumentar ainda mais os seus lucros.
Os trabalhadores são empregados da Vigilância Pedroso. Noutros bancos privados, eles têm intervalos para alimentação, conforme assegura a legislação trabalhista.
A medida é desumana, está revoltando os vigilantes e vem preocupando os bancários. “Não é possível trabalhar, ficar atento e cuidar da nossa segurança com o estômago roncando de fome”, disse indignada uma funcionária de uma agência no centro da Capital.
Como se não bastasse, muitos vigilantes ainda não receberam coletes à prova de balas. O procedimento está previsto em portaria da Polícia Federal.
Há também casos de postos que agora possuem apenas um vigilante, quando o número mínimo é de dois, conforme a lei federal nº 7.102. Tem ainda unidades onde trabalhavam três vigilantes e o número foi reduzido para dois, piorando a segurança.
“Essas medidas estão na contramão da segurança. Em 2007 já ocorreram 92 ataques a bancos no Rio Grande do Sul, incluindo várias unidades do Santander. É inaceitável que o banco trate com descaso a vigilância, cuja função é imprescindível para a segurança de bancários e clientes”, ressalta o diretor do SindBancários, Ademir Wiederkehr.
O banco lucrou R$ 1,002 bilhão no primeiro semestre no Brasil, o equivalente a 10% do lucro mundial. Trata-se de um crescimento de 112% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando o ganho foi R$ 559 milhões. “Com esse resultado bilionário, o banco tem que investir mais nos trabalhadores e na segurança”, enfatiza o dirigente sindical.
Para buscar uma solução ao impasse, o SindBancários entrou em contato nesta quarta-feira, dia 8, com representantes do banco, cobrando providências imediatas. “Queremos o restabelecimento imediato do número mínimo de dois vigilantes em cada unidade e do número anteriormente existente em agências maiores, o retorno do intervalo para almoço e a distribuição de coletes à prova de balas, a exemplo de outros bancos privados, como forma de respeito e dignidade aos trabalhadores em vigilância e de segurança para bancários, clientes e usuários”, reivindica o sindicalista.
fonte: SindBancários