Santander Banespa tem rating melhor; Meridional deverá ser fundido com Santander Brasil em 2004

O Banco Santander Banespa recebeu da agência internacional de classificação de risco de crédito Fitch Rating a nota “C”, a mesma avaliação individual dos dois maiores bancos privados brasileiros, Bradesco e Itaú. “Em outros mercados emergentes é raro o rating individual ‘C’. Dois outros grandes bancos brasileiros, o Unibanco e o Safra, têm o mesmo rating individual, mas a nota de crédito é menor”, disse o diretor da Fitch Ratings, Rafael Guedes.

Os outros bancos do grupo espanhol Santander Central Hispano no Brasil têm rating individual menor: o Santander Brasil é “C/D” e o Santander Meridional, “D”. O rating mais elevado do Banespa reflete a “sólida liderança de mercado na região próspera do Brasil, mitigada pelo carregamento de um grande – embora rapidamente declinante – volume de ativos intangíveis”, avalia a Fitch. “É uma história interessante de sucesso”, afirmou Guedes, lembrando que o banco chegou a ser criticado pelo preço elevado de R$ 7 bilhões pago no leilão de privatização do Banespa.

Já o rating do Santander Brasil reflete o volume elevado de intangíveis e um desempenho operacional fraco, mas que vem melhorando; e o do Santander Meridional tem “desempenho fraco com poucas perspectivas de melhora”, e deverá ser fundido com o Santander Brasil no início de 2004. Guedes informou que o grupo chegou a ter quatro bancos no Brasil e foi fundindo as operações à medida que esgotava o crédito tributário. Embora tenham personalidade jurídica diferente, os três operam de forma consolidada como Santander Banespa, o quarto maior conglomerado financeiro privado do Brasil, com uma base de clientes de 6,6 milhões em junho passado, dos quais 4,5 milhões são correntistas. Os ativos totalizam R$ 52,8 bilhões; o patrimônio, R$ 7, 7 bilhões; e o lucro líquido do semestre foi de R$ 1 bilhão.

O Santander domina cerca de 10% do mercado bancário da América Latina, que representa metade dos resultados mundiais do grupo. Maior grupo bancário da Espanha, com ativos de R$ 335 bilhões em dezembro, o Santander fez grandes investimentos no México, além do Brasil.

fonte: Jornal Valor Econômico