Santander Banespa chegará à baixa renda via correspondentes
O Santander Banespa começa a colocar na rua a sua estratégia de atendimento à população de baixa renda. O modelo adotado – que já difundido entre os principais concorrentes – é o do correspondente bancário. Por meio de parcerias com estabelecimentos comerciais de pequeno e médio porte – lojas, farmácias e mercados de bairro –, a filial brasileira do grupo espanhol Santander Central Hispano pretende cortejar as classes C e D, alvo recente dos grandes bancos de varejo. Para tanto, a instituição criou uma nova marca, a PagPerto, que identificará o ramal alternativo de atendimento junto ao comércio.
O projeto começa com 30 pontos conveniados e a meta é chegar até o fim do ano a 1,5 mil estabelecimentos, segundo o superintendente-adjunto de Correspondentes Bancários, Luís Ricardo Torniero. “Esta é uma tendência de mercado. Todos os (bancos) que atendem varejo têm uma iniciativa para fomentar a atividade de correspondente e o Santander Banespa não podia ficar atrás”, diz.
Nesta primeira fase – que vai demandar investimentos de cerca de R$ 5 milhões –, a malha complementar receberá boletos bancários, contas de água, luz e telefone e fará recarga de celulares. Numa segunda etapa, programada para o segundo semestre, produtos como seguros, títulos de capitalização, crédito e até abertura de conta-corrente começam a ser ofertados para o público atendido no balcão do comércio.
A prospecção se concentrará, primeiro, no Sul e Sudeste, áreas em que a rede do Santander Banespa tem maior presença, depois evoluindo para outras regiões como Nordeste e Centro-Oeste. Os gerentes da própria rede Santander Banespa serão responsáveis pela captação dos estabelecimentos com potencial de ser convertidos em correspondentes.
“A prioridade é distribuir os pontos na periferia, em locais onde a rede bancária não tem atuação suficiente para atender a demanda”, diz Torniero. O executivo calcula que um ponto no varejo possa alcançar o seu ponto de equilíbrio econômico-financeiro ao gerar entre 1 mil e 1,5 mil transações por mês.
Entre os principais nomes do varejo bancário, o Santander Banespa era o único que ainda não tinha definido uma estratégia para chegar às classes de renda menos favorecidas da população brasileira. Desde que o HSBC Bank Brasil adquiriu a Losango, em outubro de 2003, vários movimentos na área de consumo tiveram curso.
Só para citar alguns exemplos, o Bradesco comprou o Banco Zogbi e tem no Banco Postal a sua rede de correspondentes em parceria com o Correios. O Itaú criou a financeira Taií e se associou com o Grupo Pão de Açúcar numa nova financeira. O Unibanco mantém parcerias com o Magazine Luiza, Ponto Frio e Lojas Americanas em finaceiras, além de tocar um piloto de abertura de contas por meio da Fininvest, a sua principal marca de financiamento ao consumo.
A contratação de Torniero há seis meses pelo Santander Banespa ilustra o foco do banco dado à área. O executivo, oriundo da Interchange – empresa de gestão de relacionamento eletrônico que tem como acionistas o ABN Amro Real, Citibank, EDS e Unibanco – já desenvolveu projetos de correspondentes para duas outras instituições financeiras.
fonte: Gazeta Mercantil