Santander Banespa chama entidades sindicais e de representação para negociação
Após pressão dos trabalhadores, o Grupo Santander Banespa chamou o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e demais entidades para uma negociação, nesta quinta-feira, dia 6, às 13 horas.
Na última segunda-feira, dia 3, as entidades realizaram atividades em várias unidades do banco em São Paulo, em repúdio às demissões sistemáticas e dirigidas a bancários com jornada de seis horas e também com mais de 20 anos de empresa, próximos à estabilidade pré-aposentadoria.
Denúncias – Vem aumentando o número de bancários que procuram os dirigentes sindicais para denunciar as arbitrariedades cometidas pelo Grupo Santander Banespa na onda de demissões dirigidas, iniciada na semana passada.
A maior parte deles se aproximava de 30 anos de serviços prestados ao banco, estava há poucos meses de entrar no período de estabilidade pré-aposentadoria e todos cumpriam jornada de seis horas. Em todos os casos, os profissionais tinham avaliações de desempenho acima da média, o que reforça a crença na perseguição dirigida.
“Apto para o trabalho” – Há denúncias de médicos que, no momento de realizar os exames demissionais, simplesmente ignoram os diversos exames e laudos médicos apresentados pelos demitidos. Esses médicos costumam se retirar para consultar o RH do banco antes de finalizar o exame. Quando retornam, apresentam um documento que atesta como “apto para o trabalho” o bancário comprovadamente com problemas físicos por lesões por esforço repetitivo ou emocionalmente abalado por assaltos a agências.
“Esse fato demonstra uma absurda falta de ética desses médicos, que defendem a postura arbitrária dos bancos e abandonam os trabalhadores à sua própria sorte”, afirma a diretora do Sindicato Rita Berlofa.
“Uma vida inteira no lixo” – Na manhã de segunda-feira, o bancário Marcos Seixas (nome fictício) entrou cabisbaixo na sede do Sindicato. Ele acabara de receber a notícia de sua demissão, após 28 anos de serviços prestados ao Banespa. “A gente percebe que uma vida inteira de dedicação não é reconhecida, tudo isso é simplesmente jogado no lixo”, disse o bancário, visivelmente abalado. “Vou ter que correr atrás, mas não sei o que vou fazer agora, com idade avançada e com experiência apenas em uma empresa não vai ser fácil arrumar um emprego”.
Quando perguntado sobre as razões para sua demissão, ele não soube responder, mas arrisca um palpite: “o pessoal disse que estão demitindo quem tem mais tempo de casa e com jornada de seis horas. Eu me enquadro nas duas situações, mas não posso ter certeza. Sei que sempre tive muito serviço e sempre me dediquei de corpo e alma ao banco”, diz.
fonte: Seeb SP