Santander: assédio moral em festa de fim de ano
No último dia 16 de dezembro (sábado), o Grupo Santander Banespa promoveu uma confraternização de fim de ano, na cidade de Rio Grande, reunindo diversos gerentes e outros funcionários, lotados em agências das regiões Sul e Fronteira do Rio Grande do Sul. De acordo com relatos de dirigentes sindicais, o que era para ser uma agradável e festiva confraternização acabou virando um encontro para a cobrança de cumprimento de metas.
Segundo os sindicalistas, o superintendente da Rede 8 do Santander Banespa, Vitório Rizzoto, teria apelado para humilhações grosseiras, constrangimentos e até palavrões, ridicularizando os resultados obtidos e cobrando maior produção dos empregados. As atitudes do superintendente caracterizam a prática do assédio moral, o que é inaceitável nas relações de trabalho, pois atinge a dignidade dos funcionários.
A Federação dos Bancários do RS encaminhou nesta sexta-feira, dia 26, um ofício para a Superintendência de Relações Sindicais do Santander Banespa, solicitando a apuração completa dos fatos e a tomada de providências para que isso nunca mais aconteça no banco. A entidade, que representa os 38 sindicatos no Estado, propõe no documento que a instituição realize uma campanha contra o assédio moral em toda a sua rede agências, postos e departamentos.
Bancários cobram prevenção
Segundo a direção da FEEB-RS, a atitude do superintendente do Santander Banespa contraria o compromisso assumido pela instituição, na Convenção Coletiva de 2006, assinada entre as entidades sindicais e a Fenaban, que prevê na Cláusula 53ª a constituição de um Grupo de Trabalho (GT), com a finalidade de debater a prevenção coletiva de conflitos no ambiente de trabalho.
Em dezembro, durante a segunda rodada de negociações do GT, a Contraf-CUT e a Fenaban apresentaram suas propostas. A proposta dos bancários enumerou as principais situações que são enquadradas como conflitos no ambiente de trabalho. A mais comum enfrentada pelos funcionários dos bancos é o assédio moral. A gestão inadequada e qualquer forma de discriminação também foram denunciadas pela categoria.
Entre as principais propostas da Contraf-CUT estão a criação de um programa de informação e educação continuada, inclusive com a publicação de um “manual de conduta adequada”, a criação de mecanismos que garantam a possibilidade de denúncia preservando a identidade do bancário, a inclusão do tema nos cursos de formação de gestores e a criação de mecanismos de avaliação dos resultados das ações. A retomada das reuniões do GT está prevista para o mês de fevereiro.
Veja a íntegra da carta enviada ao Santander Banespa:
Porto Alegre, 26 de janeiro de 2007
Ao
BANCO SANTANDER BANESPA S/A
Superintendência de Relações Sindicais
Att. do Sr. Gilberto Trazzi Canteras
São Paulo – SP
Ref..: ASSÉDIO MORAL NO RIO GRANDE DO SUL
Prezados Senhores:
Ao cumprimentarmos Vossas Senhorias, vimos comunicar-lhes que no último dia 16 de dezembro (sábado), o banco promoveu uma confraternização de fim de ano, na cidade de Rio Grande, reunindo diversos gerentes e outros funcionários, vindos de agências da Região Sul e da Fronteira do Rio Grande do Sul.
Conforme relatos que recebemos de dirigentes sindicais, o que era para ser uma agradável e festiva confraternização acabou virando um encontro para a cobrança de atingimento de metas de venda de produtos do banco.
Como se não bastasse, o superintendente da Rede 8 do Santander Banespa, Vitório Rizzoto teria apelado para humilhações grosseiras, constrangimentos e até palavrões, ridicularizando os resultados obtidos e cobrando maior produção dos empregados, o que caracteriza prática de assédio moral, o que é inaceitável nas relações de trabalho, pois agride a dignidade dos funcionários.
Isso posto, vimos solicitar-lhes a apuração completa desses fatos lamentáveis e a tomada de providências, a fim de que isso nunca mais aconteça no banco. Propomos, inclusive, a deflagração de uma campanha contra o assédio moral em todas as agências, postos e departamentos. Uma empresa não pode tolerar a utilização desses métodos de intimidação do trabalhador.
Lembramos que o combate ao assédio moral foi tema pautado pelos bancários na Campanha Nacional de 2006, quando foi acordado com a Fenaban a formação do Grupo de Trabalho de Prevenção Coletiva de Conflitos no Ambiente de Trabalho. Essa comissão bipartite, integrada pelo Santander, foi constituída em dezembro.
No aguardo de sua resposta, subscrevemo-nos.
Atenciosamente
JORGE VIEIRA DA COSTA
Diretoria Administrativa
DENISE FALKENBERG CORRÊA
Diretoria s/ a Mulher Trabalhadora
C/Cópia para a Contraf-CUT.
fonte: SindBancários com informações da FEEB/RS