Santander anuncia compra do ABN/Real
De acordo com matéria publicada no jornal Folha de S.Paulo no último domingo, dia 16, está praticamente fechada a compra do ABN, que é dono do Real, pelo consórcio que o Santander participa.
A reportagem informa que, segundo a avaliação transmitida ao presidente Lula, “a única hipótese de a compra do ABN Amro não se concretizar será no caso de uma catástrofe de proporções colossais”. A venda deve ser formalizada até 4 de outubro.
No dia seguinte, o assunto foi pautado novamente pela Folha. Desta vez, o jornal publicou a opinião de analistas sobre a compra do ABN/Real pelo banco espanhol. Eles apontaram que “o negócio deve causar demissões no Brasil devido à sobreposição de agências e equipes inteiras entre o Santander e o Real”.
Ainda na matéria, o banco confirmou desligamentos que “acontecerão, na medida do possível, por meio de aposentadorias e de programas de demissão voluntária, como aconteceu após a incorporação do Banespa”.
Diante deste cenário, o presidente da Afubesp, Paulo Salvador, avalia que os funcionários do Santander devem somar forças com os trabalhadores do ABN/Real na tentativa de evitar que o desemprego atinja milhares de bancários. “Baseado em experiências anteriores, acredito que existe grande possibilidade das demissões ocorrerem dos dois lados”, comenta o dirigente, que completa:“Por isso, precisamos estar unidos”.
Abaixo-assinados – Para que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados em caso de incorporações, o Sindicato dos Bancários de São Paulo está coletando assinaturas, a ser enviadas ao Congresso Nacional, para um documento que reivindica a aprovação de projeto de lei que garanta o emprego nas fusões e aquisições entre empresas no Brasil.
Além disto, a entidade disponibiliza outro abaixo-assinado, a ser entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), pela declaração de constitucionalidade da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que proíbe as demissões imotivadas. É importante lembrar que o Brasil deixou de ser signatário dessa convenção em 1996, por resolução do então presidente Fernando Henrique Cardoso. No ano seguinte, a CUT, contrária à decisão, impetrou Ação Direta de Inconstitucionalidade, que ainda tramita no STF.
Para ler e participar dos abaixo-assinados clique aqui.
fonte: Érika Soares – Afubesp