Representação cobra fim das demissões e da carência de pessoal no Santander
Em reunião do Comitê de Relações Trabalhistas realizada nesta sexta-feira, dia 7, a COE (Comissão de Organização dos Empregados) cobrou da direção do Grupo Santander o fim das demissões imotivadas que continuam ocorrendo nas agências e departamentos. Para a representação, esses desligamentos agravam a carência de funcionários, o que aumenta as filas e prejudica o atendimento e, consequentemente, a imagem do banco no mercado.
O presidente da Afubesp, Paulo Salvador, chegou a questionar os representantes da empresa se as demissões não estariam sendo feitas já pensando na fusão entre o Santander e o ABN AMRO Real. Gilberto Trazzi, superintendente de Relações Sindicais, negou essa relação, jogando a responsabilidade para os gestores. Segundo ele, os desligamentos atendem decisões das próprias unidades.
A COE voltou a insistir que esses cortes não se justificam e cobrou a reintegração dos demitidos. O banco respondeu que irá analisar individualmente os casos que vierem a ser apresentados pela representação.
Outro tema importante tratado no Comitê foi o problema enfrentado pelos funcionários afastados por motivo de saúde quando retornam ao trabalho. O banco não tem efetuado o desconto dos valores pagos a título de antecipação do benefício previdenciário no momento apropriado, o que causa um acúmulo da dívida a ser debitada no momento da volta do empregado à ativa. Some-se a isso o fato de as mensalidades da Cabesp e do Banesprev também deixarem de ser cobradas durante o período, tem-se um grande transtorno para esses trabalhadores, que terão que pagar tudo de uma vez. Ou seja, ficam sem salários.
A reivindicação é que seja definida uma regra, de modo que não haja acúmulo dos débitos e o funcionário não seja prejudicado. O banco faria o débito dos valores antecipados assim que o empregado receber os primeiros pagamentos do INSS.
Quanto às mensalidades da Cabesp e do Banesprev, foi solicitado que o funcionário possa optar pelo pagamento durante o período de afastamento (após começar a receber o benefício previdenciário) ou, no mês subseqüente ao retorno. A empresa ficou de estudar uma regra para ambos os casos.
A COE também denunciou que vários trabalhadores portadores de LER/Dort, com alta no INSS ou reintegrados por decisão judicial, estão sendo realocados nos núcleos de processamento, como em São Paulo e Porto Alegre, onde não têm atividades para desempenhar.Estas pessoas estão sendo discriminadas e vítimas de assédio moral.
A representação defendeu que esses trabalhadores retornem aos seus setores de origem ou sejam realocados em outras unidades do banco, onde possam exercer atividades compatíveis com suas restrições. “Os bancários, que adoeceram trabalhando, precisam ser respeitados pelo Santander”, afirma o diretor do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e da Afubesp, Ademir Wiederkehr.
O Santander alegou que há funcionários que não aceitam realocação. Entretanto, prometeu solucionar os casos apresentados.
fonte: Airton Goes – Afubesp