Reportagem confirma aumento de renda dos pobres
No espaço de três anos, entre 2001 e 2004, os 10% mais miseráveis do país viram sua renda subir 23,3% e os 20% mais pobres, cerca de 15%, segundo reportagem publicada no último domingo, dia 11, pelo jornal Folha de S.Paulo. A tendência persistiu ao longo de 2005 e se mantém em 2006.
Com isso, segundo o texto, há um novo dinamismo econômico nas regiões mais pobres do Brasil, impulsionados por programas como o Bolsa-Família, aumento do salário mínimo acima da inflação, mais empregos (3,9 milhões formais no governo Lula), mais crédito e queda nos preços de produtos básicos.
Segundo a matéria, o comércio nordestino cresce hoje até quatro vezes mais do que a média nacional. A taxa é de 19,1% ao ano, contra 5% na média do país. A produção industrial na região cresceu 1,2% em abril. No país como um todo, caiu 1,9%. Na Bahia e em Pernambuco, as altas foram de 5,2% e 8,6%, respectivamente.
Em visita a três estados do Nordeste e a dez diferentes localidades, o jornal constatou “o forte impacto econômico e político do aumento da renda”. “Entre 16 famílias visitadas, aumentou o consumo de alimentos, roupas e outros bens. Para todos os entrevistados, sem exceção, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já está escolhido para 1º de outubro”, diz a matéria.
O salário mínimo e outros benefícios a ele indexados também contribuem para o crescimento da renda. Com o reajuste para R$ 350 do mínimo em 1º abril, o governo Lula provocou aumento real de 32,2% nesse rendimento desde a posse.
Em oito anos, o aumento real na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ficou abaixo de 21%. No Nordeste, 46% do total dos trabalhadores recebem o mínimo. Em 1994, ano do Plano Real, um salário mínimo comprava menos de 70% dos produtos contidos em uma cesta básica. Hoje, compra duas cestas. Em 2006, o Bolsa-Família atingirá o recorde de 11,1 milhões de famílias e R$ 8,5 bilhões -31% mais dinheiro do que em 2005.
Segundo o deputado federal Carlito Merss (PT-SC), nos anos 40 e 50 houve grande concentração de investimentos no sudeste, e não havia programa de desenvolvimento regional”. “Isso começa a ser revisto e, combinado com um aumento de infra-estrutura, permite a aceleração do desenvolvimento”, disse. Em sua avaliação, é importante levar em conta que esse resultado acontece de forma sustentada. “Temos de lembrar que toda a discussão a respeito do Bolsa-Família se dá em números oficiais do IBGE”, disse.
O deputado federal Durval Orlato (PT-SP) considerou que o governo tem atuado para a consolidação de uma política de distribuição de renda e “para uma redução mais acentuada da desigualdade social”. “É verdade que pode não ser com a velocidade que alguns gostariam, ou que há espaço para ações mais ousadas, mas o governo tem feito o possível no contexto de um país que está em processo de ajuste econômico e de crescimento”, afirmou.
fonte: Informes e Folha de S.Paulo