“PRIVATIZAÇÕES COMANDADAS PELO GOVERNO FHC SÃO CRIMINOSAS.” LEIA ARTIGO DE ALOYSIO BIONDI
O governo do Estado do Rio de Janeiro gastou R$ 7 bilhões (com a letra “b”) para “preparar” o seu banco, o Banerj, para a “privatização”. O “comprador”, o Itaú, pagou apenas R$ 310 milhões (com a letra “m”), ou quase 25 vezes menos, no leilão. O governo da Bahia gastou R$ 2 bilhões (com a letra “b”) para preparar o seu banco, o Baneb, para a “privatização”. O “comprador”, o Bradesco, pagou apenas R$ 260 milhões, ou oito vezes menos, no leilão. Três meses depois, o Bradesco recebeu de volta nada menos de R$ 240 milhões, pagos pelo Tesouro, isto é, por todos os brasileiros. Isto é, o Bradesco pagou apenas R$ 20 milhões, o preço de 10 apartamentos de luxo, por um banco estadual, com toda a sua rede de agências, dezenas de milhares de clientes, rede de informática, caixas automáticos etc. O governo baiano ficou com dívidas de R$ 1,7 bilhão, assim como o governo do Rio ficou com dívidas de R$ 6,7 bilhões e o governo federal gastou R$ 240 milhões, ou um quarto de um bilhão. Os bancos compradores ficaram com os lucros e o patrimônio de bilhões de reais formado com o dinheiro dos cidadãos ao longo de décadas.Essas aberrações, que esta coluna já havia citado, são relembradas pelo jornalista Alex Ribeiro, em reportagem publicada ontem pela Folha de S.Paulo. Elas já são suficientes para demonstrar que as privatizações comandadas pelo governo FHC são criminosas: as empresas e bancos estatais não estão apenas sendo literalmente doados aos grupos privilegiados, brasileiros ou multinacionais. O assalto vai mais longe: na prática, estamos até pagando, bilhões de reais, para que os compradores “façam” o favor de embolsar o patrimônio coletivo, e ter lucros bilionários. O esquema montado pelo governo FHC para espoliar a sociedade brasileira chega a ser maquiavélico: numa primeira etapa, a própria equipe econômica, o Banco Central, faz manobras para “inventar” prejuízos nos balanços dos bancos estatais já escolhidos para serem privatizados.Com essa falsificação, o governo FHC atinge dois objetivos. De um lado, engana a opinião pública, isto é, consegue convencer os cidadãos de que os bancos estatais não dão lucros e portanto é vantajoso privatizá-los a qualquer preço. De outro, essa mesma falsificação não apenas reduz o preço a ser pago pelos “compradores”, como garante que eles terão rapidamente lucros de centenas de milhões ou bilhões de reais – como ocorreu com o Bradesco e o Itaú, nas compras do Banerj e do Baneb. Lucros que seriam dos governos estaduais e federal, isto é, de toda a população, e que vão para os cofres de grupos privilegiados.Os detalhes desse assalto ao dinheiro do povo ficam para amanhã. Por enquanto, responda você mesmo: os paulistas vão aceitar que o Banespa seja doado, ou pior, vão pagar para os banqueiros privados abocanhem o seu patrimônio? Artigo publicado na edição de hoje do jornal Diário Popular, disponível na internet: www.dipo.com.br
fonte: AFUBESP