Protestos marcam dia oficial da abolição da escravatura
13 de maio é data de luta contra a situação dos negros no Brasil
A cidade de São Paulo, o Estado e o País realizam, até o final deste mês, conferências sobre Direitos Humanos. Um dos principais temas é a situação da população negra no Brasil, que continua na faixa de miserabilidade e exclusão. “A libertação ainda não se deu, os negros e negras no Brasil permanecem vítimas da exclusão, com grande dificuldade de acesso à educação e ao trabalho”, afirma o diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo Juarez Aparecido da Silva, que participa das conferências.
Diante desse quadro, o 13 de maio, dia da abolição da escravatura, não é considerado data comemorativa, mas de protesto. “A redenção ainda está por vir”, diz Juarez.
Atividades – Uma série de manifestações está programada para os próximos dias, com a participação da Central Única dos Trabalhadores e do Sindicato. Na noite de quarta-feira, dia 12, aconteceu a Marcha Noturna pela Democracia Racial, por iniciativa da advogada Maria da Penha Guimarães com o apoio de diversas entidades do movimento negro.
Realizada pela oitava vez, este ano a marcha teve como tema a cidadania quilombola (referente aos quilombos). “Os negros jamais foram agraciados com formas de financiamento para aquisição de suas terras ou com o reconhecimento de posse”, afirma Maria da Penha. “Queremos conscientizar a sociedade sobre como vivem os quilombolas, que estão perdendo suas terras”, completa.
A marcha saiu da Igreja da Boa Morte, na Rua do Carmo, e percorreu o centro de São Paulo até o Largo do Paissandu, onde fica a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos.
O salão nobre da OAB/SP sediará nesta quinta-feira, às 18h30, o ato Reflexão sobre a Abolição da Escravatura, que vai discutir a Lei Áurea, que libertou os escravos em 13 de maio de 1888, e a Lei de Terras, de 1850, que deixou os quilombos à margem do sistema fundiário brasileiro.
fonte: Folha Bancária/Seeb SP