Previdência quer parcelar dívida com aposentados
Novo responsável pela negociação do acordo para pagamento da dívida de R$ 12,3 bilhões que o governo tem com os aposentados, o ministro da Previdência Social, Amir Lando, disse ontem que o acerto será feito parceladamente. “É o caminho já sinalizado [parcelamento]. É o caminho possível”, disse Lando, após se reunir com o ex-ministro da Previdência e novo titular do Ministério do Trabalho, Ricardo Berzoini.
Lando lembrou que o presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, determinou a negociação de um acordo com os aposentados. Nas últimas semanas na Previdência, Berzoini realizou encontros com representantes de entidades ligadas aos pensionistas.
À Folha, Berzoini afirmou na sexta passada, 23, que nesses encontros foram apresentados vários cenários para o pagamento da dívida, mas que uma definição ainda dependeria de decisão da área econômica. Ele já tinha informado aos aposentados que o pagamento deverá ser parcelado. “O que foi colocado para os sindicalistas são dados de cenários. Não há nenhuma proposta. A área econômica tem que ser pronunciar sobre uma proposta. Talvez alguma hipótese numérica apresentada tenha sido entendida como proposta”, disse Berzoini.
Na última quinta-feira, 22, sindicalistas chegaram a divulgar como proposta do governo o pagamento integral ainda neste ano para os aposentados com R$ 500 a receber ou que tenham mais de 70 anos. O restante da dívida seria parcelado até 2006. Segundo Berzoini, a dívida chegará a R$ 12,3 bilhões se o governo reconhecer o direito de todos os aposentados com benefícios emitidos entre 1977-1988 e 1994-1997. Muitos aposentados, entretanto, não têm direito à diferença.
Ontem, Lando disse ainda que a negociação deverá atender interesses dos aposentados e do governo. “Vamos sentar à mesa. Na mesa de negociações, com certeza, sairá uma solução que atenda o interesse público e o interesse da clientela da Previdência.”
Recadastramento – Ele comentou ainda que o recadastramento dos aposentados com mais de 90 anos, realizado em 2003 e suspenso três dias depois de iniciado, gerou uma “celeuma desnecessária”. “O ministro cumpriu a lei. Nós temos que fiscalizar. E, se houve alguma dificuldade na execução, ela já foi superada”, completou.
fonte: Folha de S.Paulo