Presidente Prudente: Bancários iniciam campanha salarial
Ao som de cornetas e tambores, cerca de 70 representantes do Sindicato dos Bancários e Financiários de Presidente Prudente e outros municípios do Estado, realizaram manifesto na terça-feira, 19, na Rua Tenente Nicolau Maffei (Calçadão), com o slogan “Não Chore Banqueiro”, como forma de iniciar a Campanha Salarial 2008. Quinhentas chupetas de doce foram distribuídas à população, em um protesto que, de acordo com o presidente do Sindicato, Edmílson Trevizan, teve o intuito de mostrar que “os banqueiros choram de barriga cheia”. No último dia 13, o Comando Nacional dos Bancários entregou a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) uma minuta, com a pauta de reivindicações aprovada na 10ª Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro.
Já a Fenaban, braço sindical da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), informa, por meio de sua Assessoria de Imprensa, que considera o manifesto “descabido”, uma vez que “as negociações mal começaram, e nenhuma reunião entre as categorias foi sequer marcada”. Trevizan adianta que, caso a Febraban não atenda às reivindicações do sindicato, os bancários devem entrar em greve. “A federação dos bancos tem até 1º de setembro para negociar, mas o prazo pode se alongar até dia 15 do mesmo mês. Porém, caso este prazo termine, e nós não fiquemos satisfeitos, iremos paralisar os serviços”, antecipa.
De acordo com o presidente da CUT (Federação dos Bancários da Central Única dos Trabalhadores) do Estado de São Paulo, Sebastião Geraldo Cardoso, a pauta de reivindicações inclui melhores condições de trabalho e salário, por meio de reajuste de 13,23% (inflação mais 5% de aumento real); vale-alimentação de R$ 415,00; vale-refeição de R$ 17,50 por dia; Participação nos Lucros e Resultados (PLR), três salários mais o valor fixo de R$ 3,5 mil, sem teto, nem limitador; auxílio-creche de R$ 415,00; além da redefinição de pisos salariais, formulação de um Plano de Cargos e Salários (PCS) para todos; fim das metas abusivas; contratação de remuneração total; auxílio-educação e a criação de um plano de previdência complementar fechado, com gestão compartilhada.
Entre as reivindicações políticas, a categoria faz defesa dos bancos públicos; da ampliação do crédito produtivo para investimentos, principalmente agrícola; redução da taxa de juros; e regulamentação do artigo 192 da Constituição Federal, que estabelece o papel do sistema financeiro no País.
Trevizan acrescenta que participaram do manifesto, além do Sindicato dos Bancários de Prudente, sindicalistas de Araraquara, Catanduva, Barretos, São Paulo, ABC Paulista, Jundiaí, Limeira, Moji-Mirim, Vale do Ribeira e Assis. “Vale ressaltar que estamos protestando também em prol da população, porque os banqueiros têm condições de aumentar o quadro de funcionários, garantindo, assim, melhores condições de atendimento”, ressalta.
fonte: Mariana Hirai – Jornal O Imparcial