Polêmica na eleição do Sindicato dos Bancários de São Paulo
Diferença entre número de associados e de bancários com direito a voto foi usada para suspender a votação; Mesários e fiscais estavam prontos para sair com as urnas quando processo eleitoral foi interrompido
Mesários, urnas, fiscais, motoristas a postos. Toda infra-estrutura estava pronta para o início da eleição do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, quando uma liminar concedida pela Justiça do Trabalho suspendeu o pleito. Impetrado pela Chapa 2, o pedido de liminar alegou diferença entre o número de bancários associados ao Sindicato e o número dos que têm direito a voto.
De acordo com o balanço patrimonial da entidade, cerca de 60 mil bancários são associados. Os que têm direito a voto, no entanto, são 43.484, de acordo com a listagem entregue às duas chapas. Essa diferença, conforme foi exposto à Justiça pelos advogados da Comissão Eleitoral, é explicada pela distinção na condição desses associados. Um bancário que está inadimplente, por exemplo, não pode ser retirado do quadro de associados, mas de acordo com o estatuto da entidade, perde direito a voto. Também fazem parte da diferença apontada no pedido de liminar bancários que estão em situação indefinida, isto é, o banco deixou de creditar a mensalidade. Podem ser bancários demitidos, aposentados, ou transferidos. Mas se um desses bancários apresentar condições de voto, poderá fazê-lo em separado ou na urna da sede do Sindicato (Rua São Bento, 413).
A listagem com o total de trabalhadores com direito a voto – com 43.484 nomes – foi entregue às duas chapas concorrentes, que conferiram e assinaram esse recebimento em ata (veja no quadro como funciona o processo eleitoral, passo a passo), num processo amplamente transparente e democrático. A listagem entregue e conferida pelas duas chapas é a mesma que compunha as urnas eleitorais. Por isso, a suspensão da eleição foi vista com surpresa pela maioria dos bancários.
Agora, a Comissão Eleitoral, que pediu a revogação da liminar, aguarda decisão da Justiça para poder retomar a eleição. Cerca de 10 mil bancários deixaram de votar nesta terça, mas a intenção do Sindicato é proporcionar, nos próximos dias, toda infra-estrutura para garantir que todos os bancários associados possam exercer, democraticamente, seu legítimo direito ao voto.
fonte: Seeb São Paulo (15/6)