Pacote de isenção de tarifas é estendido aos funcionários da Cabesp e do Banesprev
Em reunião do Comitê de Relações Trabalhistas (CRT), realizada na terça-feira, dia 18/3/2008, o Santander reafirmou a manutenção do pacote de serviços (tarifas), que prevê isenção de mensalidade na conta corrente, para os funcionários da ativa e aposentados do banco e estendeu o benefício para os empregados do Banesprev e da Cabesp. A medida, que atende antiga reivindicação da Comissão de Organização de Empregados (COE), será implantada a partir de maio.
“Ficamos contentes em poder informar essa conquista, que representa um ganho financeiro para os funcionários da ativa e aposentados”, afirma o presidente da Afubesp, Paulo Salvador, que participou da negociação.
O banco informou que o estudo para mudar os procedimentos envolvendo o pagamento do quilômetro rodado e o reembolso das despesas de viagens a serviço da empresa será concluído em maio e garantiu a instalação de ponto eletrônico em todas as suas unidades até junho.
Problema das demissões – Grande parte da conversa girou sobre a questão das demissões, que continuam ocorrendo das agências e departamentos. Os representantes dos trabalhadores insistiram sobre os graves problemas que esses desligamentos estão trazendo para a empresa.
Chamaram de “crueldade” a demissão de bancários próximos da estabilidade pré-aposentadoria ou que retornam ao trabalho após afastamento por motivo de doença. E alertaram que o grande número de solicitações de demissões, por parte de funcionários com poucos anos de casa, é reflexo da insatisfação reinante no Santander, em função da “política do chicote” para o cumprimento de metas.
Relatos colhidos após a reunião garantem que há um visível constrangimento, por parte dos negociadores do banco, quando o tema das demissões é colocado. Só conseguem repetir que não há uma orientação para os desligamentos e que os que estão ocorrendo são “normais”.
“Antes de tudo, é lamentável o banco falar em demissão normal, pois elas não têm nada de normal. E quando são dirigidas é pior ainda, pois atingem uma parcela dos trabalhadores que merece ainda mais respeito”, disse o coordenador da COE e diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Mário Raia.
Segundo as denúncias, o resultado das dispensas é o descontentamento da clientela, o que prejudica a imagem do Santander na comunidade onde atua e no mercado como um todo. Os dirigentes sindicais defenderam o fim das demissões e a contratação de novos funcionários para acabar com a carência de pessoal e as filas nas agências e postos.
Quanto à reivindicação de que os demitidos sejam reintegrados, o banco voltou a repetir que estudará individualmente os casos que vierem a ser apresentados pela COE.
Veja abaixo outros temas foram tratados na reunião:
Horário de amamentação – Já é direito conquistado pelas trabalhadoras do banco o tempo de uma hora para amamentação, podendo ser dividida em dois períodos, durante 270 dias. Agora foi reivindicado que o direito valha também para o pai, caso ambos trabalhem no banco.
Também foi reivindicado que o funcionário ou a funcionária possa optar pela hora de amamentação ou por um acréscimo de 15 dias no período de licença-maternidade. “Isso já vale para os funcionários do Santander na Espanha e exigimos agora o mesmo para os brasileiros”, justificou a diretora do Sindicato de São Paulo, Rita Berlofa. O banco vai estudar o assunto.
PLR para quem se aposentou em 2007 – Outra reivindicação feita na reunião foi para o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e o seu adicional proporcionais para os aposentados em 2007. “Entendemos que o aposentado também contribuiu para o resultado da empresa, portanto tem direito de receber a sua parte”, acrescenta Rita. O banco ficou de dar resposta.
Pressão das metas – Os dirigentes sindicais relataram novos casos de pressão das metas nas unidades. Foi apresentada planilha de metas para caixas, que agora foram batizadas de “ambição” em Novo Hamburgo.
“A cobrança excessiva e desumana por resultados está ampliando os pedidos de demissões e provocando o adoecimento de funcionários”, denunciou Ademir. Em Porto Alegre, ocorreram cinco demissões e cinco pedidos em fevereiro, sendo que na primeira quinzena de março já aconteceram seis demissões e quatro pedidos. Vários empregados têm buscado atendimento médico.
Os negociadores do banco anotaram as informações e ficaram de verificar todos os casos apontados.
Liberdade de organização sindical – Outra demanda aceita pelo banco foi a manutenção do acesso das entidades sindicais e de representação nos locais de trabalho para a entrega de jornais e o diálogo com os funcionários. Foi conquistado o direito de reuniões com os trabalhadores, desde que agendadas com antecedência.
O banco também acatou a proposta de apresentação de uma ficha de sindicalização no momento da admissão de novos funcionários. Os formulários, depois de assinados, serão devolvidos para a Superintendência de Relações Sindicais, onde serão retirados pela Contraf, que os enviará aos sindicatos.
Ambulatório – Também foi reivindicada a instalação de um ambulatório na Bráulio Gomes, local que não tem um serviço de atendimento de emergências médicas. Os bancários defendem ainda que o posto seja administrado pela Cabesp. O local abriga aproximadamente três mil pessoas entre funcionários do banco e de outras empresas.
Uniforme – Os bancários também pediram a retirada da marca Santander nos uniformes do banco. “Vários funcionários foram vítimas de sequestros no Rio de Janeiro”, denunciou o diretor da Federação dos Bancários do RJ/ES, Paulo Garcez. O banco ficou de analisar a reivindicação.
fonte: Airton Goes e Érika Soares – Afubesp