Oferta do consórcio do Santander pelo ABN Amro é a maior da história
A maior fusão de bancos da história está à beira de ser concretizada. O consórcio formado pelos bancos Santander, Royal Bank of Scotland e Fortis apresentou nesta terça-feira uma oferta para adquirir o ABN Amro no valor de € 38,40 (US$ 51) por ação, ou € 71 bilhões no total (cerca de US$ 95 bilhões), sendo 79% em dinheiro.
A proposta é 13,7% superior à do banco britânico Barclays, já aprovada, em abril, pela diretoria do ABN Amro. Independentemente de quem vencer a batalha (o Barclays ou o consórcio do Santander), a operação resultará na maior fusão bancária da história, superando a compra do Citigroup pelo Travelers por US$ 72,56 bilhões em 1998.
Repartição – O Santander entra na oferta com € 19,9 bilhões (US$ 27 bilhões); o RBS, com € 27,2 bilhões (US$ 36 bilhões); e o Fortis, com € 24 bilhões (US$ 32 bilhões).
Se a proposta for aceita, o Santander ficará com a unidade de negócios da América Latina (com exceção dos ativos corporativos de fora do Brasil), em que o Banco Real é o principal destaque.
O Antonveneta, na Itália, e o Interbank, unidade de financiamento ao consumo na Holanda, também vão para o grupo espanhol. Além disso, vai adquirir o negócio de capital de risco do ABN, assim como as suas participações no Capitalia, Saudi Hollandi e Prime Bank. Este, mais tarde, deverá ser negociado por cerca de € 1,1 bilhão.
O RBS assumirá os negócios na América do Norte, inclusive o americano LaSalle, os bancos atacadistas e os negócios na Ásia e Europa. Também ficará com a área de clientes globais e de bancos atacadistas na Holanda e na América Latina (menos o Brasil), e as da Ásia (com exceção do Saudi Hollandi) e Europa (excluindo o italiano Antonveneta).
Para o Fortis vão os bancos no varejo da Holanda, com a unidade de Clientes Privados Globais e com a Gestão de Ativos global.
Como fica no Brasil – Se for concretizada a proposta pelo ABN Amro anunciada hoje, o Santander assumirá o controle do Banco Real e criará o segundo maior banco do Brasil em depósitos, o terceiro em escritórios e créditos, e o quarto em receita, controlando 12% do mercado brasileiro (16% no Sul e Sudeste).
Menos que o anunciado – Santander, RBS e Fortis anunciaram em meados de maio que estudavam a possibilidade de comprar o ABN. Os bancos oferecem € 30,4 em dinheiro e mais 0,84 ação do Royal Bank of Scotland por cada título do grupo holandês. Mas vão reter € 1 (US$ 1,34) até a resolução do litígio com o Bank of America, que tenta controlar a filial americana LaSalle.
A oferta apresentada foi inferior à de € 39 (US$ 52) que o consórcio tinha se mostrado disposto a oferecer. Ela será financiada em seu maior parte por ampliações de capital. Mas só será mantida se os acionistas do ABN Amro rejeitarem o acordo de venda do LaSalle ao Bank of America.
O consórcio não informou sobre o volume da redução de postos de trabalho no caso de concretização da compra. Mas deixou claro que será menor que os 12.800 empregos que o Barclays pretende eliminar.
As entidades defendem que sua oferta será benéfica para clientes e empregados, aumentará a força de seus produtos e sua capacidade de distribuição, além de aumentar a eficiência do banco.
A economia de custos até 2010 está prevista em € 4,23 bilhões (US$ 5,668 bilhões). As sinergias deverão gerar uma receita de € 1,22 bilhão (US$ 1,635 bilhão).
fonte: Uol Economico