No quinto dia de greve, bancários resistem a pressão dos banqueiros
No primeiro levantamento realizado pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, até as 13h desse quinto dia de greve (9/10), cerca de 35 mil bancários paralisaram suas atividades em 416 locais de trabalho entre agências e centros administrativos. Foram 86 locais parados no Centro; 41 na região da Paulista; 89 na Zona Leste; 58 na Zona Oeste; 30 na Zona Sul; 46 na Zona Norte e 66 na região de Osasco. Funcionários de importantes centros administrativos e tecnológicos também aderiram à greve, a exemplo do Centro Tecnológico e Operacional do Itaú (CTO) e o Centro Administrativo do Unibanco (CAU). Pela manhã, o Bradesco Alphaville também parou.
Em São Paulo, Osasco e nos 15 municípios da região de Osasco que estão na base territorial do Sindicato, há cerca de 3 mil locais de trabalho e 106 mil bancários. Na quinta-feira, dia 5, primeiro dia de greve, 517 locais e cerca de 39 mil bancários permaneceram parados durante todo o dia. No dia 6, esse número cresceu para 555 locais e 40 mil trabalhadores.
A redução no número de bancários parados é vista como normal pelo Sindicato. “A segunda-feira é um recomeço. Os bancários passam todo o fim de semana recebendo ligações, sendo pressionados pelos gestores dos bancos para voltar ao trabalho e muitos acabam cedendo”, afirma o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino. “Mas, ao longo do dia e da semana os trabalhadores cansam dessa pressão e, se não houver negociações, a adesão volta a aumentar. Sem proposta de aumento real de salários e participação nos lucros maior, a greve continua”, avalia.
A partir das 17h, os trabalhadores fazem assembléia na Quadra dos Bancários (rua Tabatingüera, 192, Sé) para deliberar sobre a continuidade da greve.
Negociações – Na tarde de hoje (9) – ainda não foi confirmado ao horário – devem ser debatidas questões específicas do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal como planos de cargos e salários e caixas de assistência, além da participação nos lucros e resultados dos funcionários desses bancos. Caso sejam apresentadas novas propostas, elas serão levadas aos trabalhadores em assembléias específicas desses bancos na terça-feira (10), em locais e horários a serem informados.
A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) ainda não confirmou nova rodada de negociação.
fonte: Cláudia Motta – Seeb SP