NESSA RODADA, O PENDENTE FATUROU TODAS
Banco não quer pagar o abono para funcionários da Cabesp, joga pesado para enfraquecer a representação e organização do funcionalismo e insiste em nivelar por baixo o acordo coletivo dos banespianos.
Tudo isso para agradar interesses privatistas que, cá entre nós, estão ficando completamente fora de moda. De positivo para a população, as privatizações ainda não mostraram nada.
Já, de negativo, sobram escândalos e negociatas, dos quais os funcionários do Banespa querem distância.
Das 14 cláusulas discutidas na negociação de hoje, 14 ficaram PENDENTES. Para algumas o banco propôs exclusão pura e simples e para outras redução de direitos.
A manutenção dessa política de enxugamento do acordo, numa postura servil aos interesses privatistas que pretendem nivelar por baixo direitos que o funcionalismo conquistou a duras penas, mereceu registro em ata de protesto veemente dos representantes dos funcionários.
A representação dos banespianos criticou também a morosidade na condução do processo de negociações e insistiu na proposta de aumentar o número de reuniões e ampliar o horário de discussões, colocando-se à disposição para negociar “à exaustão”, inclusive à noite e nos finais de semana.
“O banco parece apostar na possibilidade de vencer o banespiano pelo cansaço. As negociações estão se arrastando muito além do ponderável e a Dirhu não arreda pé da cartilha do Bacen. O radicalismo do banco só pode conduzir à radicalização do funcionalismo. Ou será que eles pensam que depois de 4 anos de resistência, os banespianos irão resignados para o matadouro como se fossem cordeiros?”, indigna-se o vice-presidente da Afubesp, Cido Sério.
Cido critica “um certo ar de cinismo” da Dirhu, que afirma não estar reduzindo direitos e sim adequando o Banespa à legislação vigente. “Para o Conselho de Administração do Banco pode se chamar adequação ou o que quiser, mas a proposta que eles querem nos empurrar significa perdas mesmo e muitas. O que estamos vendo da parte deles é falta de seriedade nas negociações, de respeito para com o funcionalismo e de compromisso com o Banespa.”
A posição da Executiva, representada pela CNB-CUT, Fetec-SP, Afubesp, Seeb-SP, Direp/Corep e sindicatos e federações cutistas, é de defender firmemente o não rebaixamento do Acordo Coletivo atual, o pagamento das cláusulas econômicas acordadas com a Fenaban a todos os funcionários, da ativa, aposentados, Conglomerado e Cabesp e a garantia do emprego como patamar mínimo para fechamento do Acordo com o Banco. Dada a intransigência da Drihu, novas mobilizações como a que ocorreu em frente do prédio da Central serão agendadas para mostrar a insatisfação do funcionalismo.
Leia mais sobre a campanha na edição do Informativo Afubesp que circulará no começo da próxima semana.
A seguir, a ata da negociação de hoje:
ATA DE NEGOCIAÇÃO PARA RENOVAÇÃO DO ACORDO COLETIVO DE TRABALHO 1998/1999, REALIZADA NO DIA 10/12/98, ÀS 10:30 HORAS
Participantes:
Pelo Banco – Dr. Paulo Renato, Gil, Erich, Maria Eduarda e William.
Representantes da Executiva – Federação dos Bancários de SP/MS, Sindicatos e Federações e COREP: Cristiano, Itamar, Borginho, Stela e Ernesto.
Representantes da Executiva – CNB/FETEC – CUT-SP, Sindicato dos Bancários de São Paulo, Sindicatos e Federações Cutistas, AFUBESP, DIREP/COREP: Ana Érnica, Sebastião, Rita Berlofa, Cido Sério, Óliver, Vera Marchioni e Dra. Deborah.
Os representantes dos funcionários, solicitaram esclarecimentos ao Diretor da DIRHU, se o abono de R$ 900,00 apresentado na negociação de 02.12.98, é extensivo à CABESP.
O Senhor Diretor da DIRHU esclareceu que agora, não.
Os representantes dos funcionários não concordam e protestam veemente contra a exclusão da CABESP, no que tange as Cláusulas econômicas, pois historicamente sempre houve a extensão das mesmas para os funcionários da Cabesp.
Os funcionários da Cabesp tem um papel importante nos resultados alcançados por todo o Banco ao dar tranquilidade e segurança a todos, ao tratar com competência e profissionalismo dos quesitos mais importantes da nossa vida, que é a saúde.
Reiteramos nossa reivindicação de que todas as Cláusulas econômicas (reajuste, abono, PLR e gratificações) sejam extensivas a todos os funcionários da Cabesp.
O Banco vai examinar a extensão do benefício para a CABESP, comprometendo-se a trazer a posição do Banco na próxima semana.
Os representantes indagaram se o Banco já tem posição com relação às reivindicações feitas na negociação de 02/12/98 sobre:
1. Antecipação do pagamento do abono;
2. Garantia de emprego;
3. Cumprimento dos parâmetros econômicos da Convenção Coletiva da Categoria Bancária.
O Banco informou que os assuntos estão sendo examinados pela Diretoria, devendo trazer na próxima semana, uma posição que contemple a proposta do Banco como um todo.
Com relação às Cláusulas econômicas numeradas de 1ª a 27ª no atual Acordo Coletivo, os representantes solicitam que o Banco registre em Ata sua proposta .
O Banco respondeu que as Cláusulas econômicas serão objeto de discussão na reunião a ser realizada na próxima semana.
Quanto às Cláusulas não discutidas na reunião anterior e pautadas para esta data, o Banco propôs:
CLÁUSULA 45ª – ABONO DE AUSÊNCIAS – CONGRESSO
O Banco propôs a exclusão da Cláusula 45ª do AC 97/98.
Os representantes dos funcionários consideraram que a Cláusula regra o assunto e propuseram a sua manutenção.
Após discussões, não houve consenso.
PENDENTE
CLÁUSULA 47ª – AUSÊNCIAS ABONADAS
O Banco propôs adotar as ausências abonadas conforme Cláusula 22ª – Ausências Legais da Convenção Coletiva da Categoria Bancária.
Os representantes argumentaram que algumas ausências abonadas estão previstas no Regulamento de Pessoal e são mais vantajosas que a convenção, propondo a manutenção da Cláusula.
Após discussões, não houve consenso.ENDENTE
CLÁUSULA 48ª – ABONO DE ASSIDUIDADE
O Banco propôs a exclusão da Cláusula 48ª do AC 97/98.
Os representantes dos funcionários reivindicaram a manutenção da Cláusula.
Após discussões, não houve consenso.
PENDENTE
CLÁUSULA 49ª – ABONO PARA NEGOCIAÇÃO
O Banco propôs a exclusão da Cláusula 49ª do AC 97/98.
Os representantes dos funcionários solicitaram a manutenção da Cláusula.
Após discussões, não houve consenso.
PENDENTE
CLÁUSULA 51ª – LICENÇA PRÊMIO
O Banco propôs a manutenção da Cláusula 51ª do AC 97/98, com a seguinte redação:
“A licença prêmio em gozo, devida ao funcionário admitido até 31.08.98, poderá, a seu critério, ser parcelada em períodos de 15 (quinze) dias, que serão estabelecidos de comum acordo com a Administração local.Parágrafo Primeiro – As licenças para tratamento de saúde não acarretarão a perda do tempo de serviço até então já contado para efeito de período aquisitivo do direito à licença prêmio, continuando-se a contagem após a cessação da licença e retorno do funcionário ao serviço.
Parágrafo Segundo – O Banco se obriga a manter e obedecer a Escala Anual de Gozo de Licença Prêmio.
Parágrafo Terceiro – O funcionário não está obrigado a gozar férias antes da licença prêmio, salvo se for ocorrer acúmulo daquelas.
Parágrafo Quarto – As faltas abonadas ou justificadas, exceto licença sem vencimentos, não se consideram interrupção de qüinqüênios para fins de aquisição de licença prêmio.”
Os representantes não concordaram com a proposta do Banco e solicitaram a manutenção da Cláusula com a redação atual.
Após discussões, não houve consenso.
PENDENTE
CLÁUSULA 53ª – ESTABILIDADES PROVISÓRIAS
O Banco propôs adotar as estabilidades provisórias conforme Cláusula 23ª – Estabilidades Provisórias de Emprego da Convenção Coletiva da Categoria Bancária.
Os representantes dos funcionários solicitaram a manutenção da Cláusula.
Após discussões, não houve consenso.
PENDENTE
CLÁUSULA 54ª – ESTABILIDADE PROVISÓRIA A FUNCIONÁRIOS EM REGIME DE PRÉ-APOSENTADORIA
fonte: AFUBESP