MST QUER ANULAÇÃO DO JULGAMENTO QUE ABSOLVEU OS TRÊS PRINCIPAIS RESPONSÁVEIS PELO ASSACRE DE ELDORADO DE CARAJÁS
A coordenação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra está conclamando as entidades sindicais e da sociedade civil a iniciarem ampla campanha pela anulação do julgamento no Tribunal do Pará que absolveu três dos principais responsáveis pelo massacre de Eldorado de Carajás. Segundo os coordenadores do movimento, o juiz teria se utilizado de um artifício jurídico que resultou na surpreendente absolvição dos réus. “A avaliação de todos os juristas consultados (pelo MST) é de que os erros do juiz foram tão grosseiros que nenhum tribunal vai manter a sentença sem anular”, relatam os líderes rurais em carta recebida pela Afubesp. A carta informa que os advogados dos sem-terra e o promotor iriam entrar com pedido de anulação do julgamento e o MST daria início à campanha para que entidades nacionais e internacionais enviem mensagens ao Presidente do Tribunal de Justiça do Pará no mesmo sentido. Mensagem divulgada pela Agência O Globo, hoje de manhã, informa que o presidente da Comissão Pastoral da Terra (CPT), dom Tomáz Balduíno, reagiu com indignação à notícia da absolvição dos três oficiais da Polícia Militar do Pará e classificou o julgamento como farsa. A agência informou também que ontem, à noite, o perito Mauro Ricart teria afirmado, com base nas imagens do massacre, que os primeiros tiros haviam sido disparados pela Polícia Militar e não pelos sem-terra. O massacre em Eldorado de Carajás(PA) ocorreu em 17 de abril de 1996 e resultou na morte de 19 trabalhadores rurais sem-terra. Protestos. Na próxima segunda-feira, 23, será realizado um ato em Belém, com passeata e manifestação de protesto em frente ao Tribunal. E no dia 26 está prevista uma marcha estadual, também em Belém. Em São Paulo, o MST, a Comissão Teotônio Vilella de Direitos Humanos e o Centro Acadêmico XI de Agosto estão convocando um ato para a próxima terça-feira, 24, às 19h, na Sala dos Estudantes da Faculdade de Direito do Largo São Francisco.
AFUBESP