Matéria em revista serve de alerta aos funcionários do Grupo Santander
A revista “Isto É – Dinheiro”, desta semana, publica matéria sobre a unificação dos sistemas tecnológicos dos bancos Banespa e Santander, dizendo que o processo, em fase de conclusão, abre “caminho para (o grupo) compartilhar agências e carteira de clientes”. As conclusões da revista são que o número de pontos de atendimento das duas bandeiras poderá ser reduzido e, “por tabela, o quadro de funcionários também diminuirá”.
Para os dirigentes da Afubesp e dos sindicatos, o texto serve de alerta a todos os funcionários do grupo. “Precisamos reforçar nossa luta para conquistar a garantia de emprego para os bancários do Meridional, Santander Brasil e Santander S/A, além de prorrogar o prazo dessa cláusula existente no acordo coletivo do Banespa para além do dia 30 de novembro (data em que expira a validade da garantia de emprego para os banespianos)”, propõe Marcos Benedito, secretário-geral da Afubesp.
O dirigente também defende que as entidades sindicais e de representação questionem o banco sobre as conclusões da revista. “Precisamos saber se a direção do Grupo Santander Banespa pretende reduzir agências e, em caso afirmativo, vamos reivindicar que não haja demissões”.
Matéria teria sido “plantada” pelo banco? – Embora a matéria afirme que o assunto (fechamento de agências e, conseqüente, demissão de funcionários) é tratado, dentro do banco, como “segredo de estado”, a impressão que se tem ao lê-la é que ela segue uma linha favorável a essas medidas.
Outro fato que chama a atenção é a argumentação do consultor Erivelto Rodrigues, da Austin Rating, entrevistado pela revista. Numa delas ele afirma: “Então é só fazer uma transferência da carteira de correntistas de uma agência para outra, com baixíssimo custo e risco muito reduzido”. E finaliza: “Enfim, o Santander conseguirá o melhor dos mundos”.
Ao defender o fechamento de agências e, “por tabela”, a redução do quadro de pessoal – medidas extremamente prejudiciais aos trabalhadores, aos clientes e à sociedade, que necessita de mais emprego –, a matéria deixa uma dúvida nos leitores mais críticos: Será que ela não foi “plantada” pelo banco?
fonte: Airton Goes – Afubesp