Mais de 1,5 milhão de assinaturas pela redução da jornada
Trabalhadores levam ao Congresso Nacional documento que pede 40 horas semanais sem redução de salários
A vontade de mais de 1,5 milhão de cidadãos foi comunicada ao Congresso Nacional: todos querem diminuição da jornada sem redução de salários. Representantes da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e de outras centrais sindicais entregaram na terça-feira, 3, o abaixo-assinado que pede a alteração das horas semanais trabalhadas, de 44 para 40 horas, conforme previsto na PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 393/01. A campanha nacional foi iniciada em janeiro.
O auditório Ulisses Guimarães ficou lotado de trabalhadores em defesa da PEC, durante sessão da chamada Comissão Geral, ocorrida no período da manhã.
O presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), abriu a palavra aos presidentes das centrais, que fizeram pronunciamentos ao plenário pedindo que votem com a classe trabalhadora.
O presidente nacional da CUT, Artur Henrique, reiterou que o crescimento e o desenvolvimento do país estão atrelados às melhores condições de trabalho e de vida. “A redução da jornada é fator fundamental para isso, já que significa qualidade de vida – dando ao trabalhador e à trabalhadora mais tempo para o convívio familiar e social, o lazer, o estudo e a qualificação – o que beneficia toda a sociedade”, disse.
Estudo do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) revela que a redução da jornada oficial pode contribuir com a criação de mais de 2 milhões de novos empregos.
“Vamos iniciar agora uma campanha permanente para acompanhamento dos projetos importantes que estão na pauta do trabalhador, como a redução da jornada e a ratificação das convenções 151 e 158 da OIT”, finaliza Artur.
A favor – No plenário, vários deputados pronunciaram-se a favor da redução da jornada, reivindicação conjunta das centrais sindicais. Chinaglia declarou às entidades que haverá um esforço da Casa para que as negociações entre governo, trabalhadores e empresários tenham início na semana que vem.
A agenda em Brasília continuou no período da tarde. Os representantes das centrais também entregaram o abaixo-assinado ao presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN). Este afirmou que o assunto terá prioridade e se comprometeu publicamente a colocar o tema em votação após o destrancamento da pauta (travada por seis medidas provisórias).
fonte: CUT