Lucro dos bancos ultrapassa demais setores da economia
A divulgação dos balanços de 2003 de algumas das principais instituições financeiras do país revela que os bancos continuam milhões de reais à frente de outros setores.
Enquanto o Bradesco fechou 2003 com lucro líquido de R$ 2,306 bilhões, o Grupo Santander Banespa com R$ 1,746 bilhões, o ABN Real com R$ 1,137 bilhões – e especula-se que o do Itaú ultrapasse a casa dos R$ 3 bilhões – empresas como a Sadia e a Embratel lucraram R$ 447 milhões e R$ 223 milhões, respectivamente. Ou seja, entre os quatro bancos, o que menos lucrou faturou mais que o dobro do que a Sadia, e cinco vezes mais que a Embratel.
No caso específico do Bradesco, uma das informações de seu balanço que chama a atenção é que, além de seu lucro líquido ter crescido 14% em relação a 2002, o patrimônio líquido aumentou em 25%, chegando a R$ 13,547 bilhões. A carteira de crédito cresceu 6,9% e a receita com prestação de serviços chegou a R$ 12 bilhões, um crescimento de 11,3%.
Já o Grupo Santander Banespa teve a carteira de crédito elevada em 6,2% e os ativos totais saltaram de 9,2% para 11,6%. O desempenho da instituição no Brasil representou, em 2003, 20% do resultado recorde do Grupo em termos mundiais, quando seu lucro total chegou a US$ 3,26 bilhões.
Por fim, os ativos do ABN Real, sem colocar na conta o Sudameris, tiveram crescimento na ordem de 18,5%, passando de R$ 36,9 bi, em dezembro de 2002, para R$ 43,8 bilhões no mesmo período do ano passado. Sua carteira de crédito cresceu 14,45%, chegando a R$ 19,8 bilhões. Essa mesma carteira, quando o Sudameris é incluído, chega a R$ 27,2 bilhões, o que representa uma elevação de 52%.
Emprego – O panorama demonstrado nos balanços desses bancos – o do Itaú deve superar todos eles – comprova que o setor tem plenas condições de manter o emprego dos bancários, ao contrário do que vêm praticando Bradesco, Grupo Santander Banespa e ABN Real.
E é para cobrar a participação dos banqueiros na melhoria da sociedade que as entidades sindicais e de representação e a CNB-CUT estão com a campanha Demissão tem cara – Responsabilidade Social se faz com Emprego, afinal o setor que mais ganha no país não tem justificativas para provocar demissões.
fonte: Folha Bancária