Investigação do caso Parmalat chega ao Santander Banespa
Os juízes italianos vão questionar o Santander Central Hispano – maior banco da Espanha – sobre o paradeiro de cerca de US$ 250 milhões em fundos da Parmalat depositados em uma das subsidiárias da instituição financeira nas Ilhas Cayman. No entanto, o Santander declarou na segunda-feira, dia 5, ainda não ter sido contatado pelo judiciário italiano.
Os juízes não sugeriram que o banco estaria envolvido em alguma improbidade. O Santander deverá, porém, tomar parte nas tentativas de ajudar a localizar mais de US$ 10 bilhões que desapareceram das contas da Parmalat.
Os US$ 250 milhões sumiram em 2001 quando uma empresa financeira da Parmalat no Brasil emitiu US$ 500 milhões em obrigações, metade das quais usou para cobrir gastos no país. Os recursos restantes foram depositados na filial do Santander como garantia de um empréstimo à Parmalat Brasil e, à partir daí, seu rastro some até ser reencontrado em Malta.
O Santander confirmou que o Banespa realizou negócios com a Parmalat Brasil, incluindo a subscrição de obrigações. Executivos de bancos afirmaram que a empresa italiana depositou US$ 250 milhões no Santander das Ilhas Cayman depois de uma emissão de bônus de US$ 500 milhões. A instituição financeira declarou que o depósito serviu como garantia para um empréstimo à Parmalat Brasil.
A assessoria de imprensa do Banespa disse, em São Paulo, que não vai se pronunciar sobre o assunto e recusou-se a estimar sua exposição à Parmalat, indicando meramente que seus empréstimos concedidos à empresa e à sua controladora na Itália seguiram os “critérios conservadores de risco” do banco.
fonte: Valor