Histórico dos patrocínios do Santander deveria preocupar pilotos da Ferrari?
Inscrições estão agora permanentemente abertas e podem ser realizadas por meio da intranet
Ainda estão disponíveis quase metade das mil bolsas de estudo conquistadas pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região em 2007 para desafogar o orçamento dos bancários do Santander que estudam e trabalham. As bolsas garantem o ressarcimento de até 50% do valor da mensalidade, com teto de R$ 300. Segundo o acordo com a direção do banco, a conquista pode ser usufruída por bancários com mais de um ano de casa, para a primeira graduação e apenas para os cursos de Administração, Marketing, Ciências Contábeis, Tecnologia da Informação, Economia, Direito, Comércio Exterior e Matemática.
Segundo dados do banco, apenas 559 das mil vagas disponíveis foram preenchidas após os bancários realizarem 1.208 inscrições, em janeiro (confira no quadro abaixo os motivos apresentados pelo Santander para rejeitar 649 solicitações).
Inscrições abertas – Pelo novo acordo do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região com o banco, as inscrições permanecerão a partir de agora constantemente abertas. O bancário deverá preencher formulário eletrônico disponível na intranet, em Meu Banco – RH – Bolsa Auxílio-Estudo.
“É importante prestar atenção, pois, ao analisar as razões para a não-aprovação das bolsas, percebe-se que grande parte aconteceu por conta de problemas com a documentação”, alerta a diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região Rita Berlofa. O funcionário deve enviar comprovante de matrícula, e, mensalmente, o comprovante de pagamento da mensalidade original ao Centro de Formação e Desenvolvimento – Recursos Humanos, na Rua João Brícola, 24, 7º andar, Centro.
Em caso de rejeição da inscrição, o banco deverá se justificar, por escrito, em até 72 horas depois de protocolada a entrada dos documentos no RH. Mas atenção: o banco ressarce apenas comprovantes de pagamentos realizados até 30 dias antes da entrada no RH. Entre em contato com o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região caso enfrente algum problema, pelo site www. spbancarios.com.br ou pelo telefone 3188-5200.
Termina em dezembro – Rita faz questão de ressaltar que o acordo de auxílio-educação no Santander só está garantido até dezembro de 2008. “Nada está garantido para o ano que vem, Por isso precisamos da participação e da mobilização para manutenção e ampliação da conquista no futuro”, diz.
Cabesp e Banesprev – O Sindicato cobrou novamente do banco a questão do pagamento da mensalidade da Cabesp e do Banesprev para bancários afastados sem complementação salarial.
Segundo Rita, o Sindicato quer que o banco dê opção ao bancário de ressarcir mensalmente à empresa os valores referentes aos pagamentos a essas entidades. Ela explica que os trabalhadores defenderam que o pagamento direto dos funcionários às entidades por meio do débito em conta é prejudicado, uma vez que o banco prioriza outros débitos em conta, colocando em risco a condição de associado e participante.
Auxilio-educação 2008
Inscritos
1208
Contemplados
559
Não-Contemplados – falta de documentos
227
Não-Contemplados – documentos incorretos
Outro ponto intrigante, especialmente para as pessoas supersticiosas, é o fato de Lewis Hamilton, que vinha sendo criticado pela seqüência de acidentes e problemas em que se envolveu nas etapas anteriores, dirigiu com perfeição e foi o grande vitorioso no circuito inglês.
O “Robinho da Fórmula 1”, como alguns o chamam, é piloto da McLaren Mercedes, que atualmente carrega a marca – e a sina – do Santander. Será que apenas as especulações sobre a saída do grupo espanhol da escuderia inglesa já deixaram o ambiente mais leve e o astral mais positivo, afastando a “urucubaca”?
O recente histórico dos patrocínios do banco na área do esporte estimula esse tipo de crendice. A instituição começou a patrocinar a McLaren Mercedes em 2007, quando o time contava com o bi-campeão mundial, Fernando Alonso, e o próprio Lewis Hamilton, considerado por todos os especialistas o mais brilhante novato em toda a história da Fórmula 1.
Pois bem, a equipe foi acusada de espionagem e desclassificada do campeonato de construtores. Perdeu todos os pontos e ainda foi obrigada a pagar uma muita de US$ 100 milhões. Seus dois pilotos titulares viviam às turras, o que acabou levando Alonso a anunciar sua saída para a Renault na temporada seguinte.
Hamilton, mesmo recebendo toda a atenção da equipe na fase final do campeonato, cometeu uma série de erros nas últimas corridas e acabou perdendo o título da temporada para Kimi Räikkönen por apenas 1 ponto.
A sorte da Ferrari – olha aí superstição de novo – é que o Santander anunciou oficialmente esta semana que irá cumprir o contrato que tem com a McLaren. Uma mudança para a equipe italiana, se ocorrer, será só em 2010. Massa pode continuar sonhando com o título deste ano.
Os problemas da McLaren na temporada passada e o que ocorreu com a Ferrari no GP da Inglaterra poderiam ser tratados apenas como coincidências ou fatos isolados, mas existem outros casos curiosos envolvendo os patrocínios do Santander. Este ano, a empresa passou a patrocinar a Copa Libertadores da América, para divulgar ainda mais sua marca na região.
Certamente, foi uma grande jogada de marketing, mas para que ela fosse perfeita seria muito interessante para o banco que um dos países em que sua presença comercial fosse significativa ganhasse a copa. Foram para a decisão o Fluminense e o pequeno LDU, do Equador, país que nunca havia ganhado a Libertadores.
Com a aquisição recente do controle acionário do ABN Real, o Grupo Santander se tornou o terceiro maior banco do Brasil. Portanto, a vitória do Fluminense aportaria muito mais divulgação da marca num mercado onde está firmemente implantada. O próprio presidente da multinacional, Emilio Botín, compareceu ao Maracanã para assistir a final do campeonato, que foi decidido nos pênaltis.
Pois, todo mundo sabe o que aconteceu: o time do Equador, país que nem aparece no mapa financeiro da empresa, está comemorando o título até agora. E a equipe de Chico Buarque, coitado, virou motivo de chacota para flamenguistas, vascaínos e botafoguenses.
“Mas isso também não comprova que o Santander carregue má sorte nos seus patrocínios”, diriam os mais céticos e materialistas. É verdade, mas tem ainda a Seleção Brasileira de 2006. No início daquele ano, em que seria disputada mais uma Copa do Mundo de Futebol, a multinacional espanhola lançou uma milionária campanha de mídia com seis craques do time canarinho: Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo, Cafu, Kaká, Roberto Carlos e Robinho.
Resultado: a Seleção Brasileira foi desclassificada pela França e alguns garotos-propagandas do banco, como o lateral Roberto Carlos e o centroavante Ronaldo, ficaram com a imagem bastante desgastada. Dois anos depois, apenas Robinho e Kaká continuam apresentando um bom futebol em grandes equipes, sendo que o último passou recentemente por uma cirurgia no joelho.
Pode ser que azar não exista e que todos esses fatos sejam coincidências. Entretanto, é melhor os pilotos da Ferrari e sua torcida começarem a estocar trevos de quatro folhas e patas de coelho para a temporada de 2010. Como dizem os espanhóis: “Não creio em bruxas, mas que elas existem, existem”.
fonte: Airton Goes – Afubesp