Greve não atrapalha aposentados em São Paulo

Os bancários da capital paulista completam hoje (1/10) o 17º de greve, dia em que inicia o pagamento dos benefícios de aposentadorias. No Centro e na Paulista, onde as paralisações estão concentradas, por enquanto não foram observadas filas nas agências. Em todo o Estado, pouco mais de 100 mil aposentados deverão sacar seu benefício pela primeira vez (portanto não possuem cartão eletrônico), mas não deverão ter problemas. Em São Paulo, Osasco e região, todas as agências têm gerentes trabalhando, que poderão fornecer o cartão e prestar os esclarecimentos para o saque nos caixas eletrônicos.

Nos 16 dias de greve, o Sindicato dos Bancários de São Paulo tentou buscar todas as alternativas para uma saída negociada, ao contrário dos banqueiros. “Em nenhum momento o atendimento à população foi prejudicado, já que a paralisação sempre esteve na casa dos 10% de locais de trabalho”, explica Luiz Cláudio Marcolino, presidente da entidade. “Por isso, o sindicato tem buscado formas de contestação jurídica à liminar concedida pelo Tribunal Regional do Trabalho, ao Ministério Público, que exige o funcionamento de todos os locais de trabalho com 60% dos bancários.”

Marcolino lembra que a responsabilidade pelo pagamento aos aposentados e o funcionamento das agências também é da Federação Nacional dos Bancos. “Os banqueiros, que agora se mostram tão preocupados com o atendimento ao público, não se preocupam, no resto do ano, em buscar alternativas para acabar com as longas filas dentro dos bancos”, ressalta o dirigente.

A Fenaban, que até a semana passada dizia que não havia greve, agora afirma que há vários locais parados, com a clara intenção de forçar a intervenção da Justiça. “Os bancários não têm por objetivo atrapalhar o atendimento à população. Pelo contrário, uma das reivindicações da categoria, da qual os banqueiros nem querem ouvir falar, é a da abertura das agências em horário comercial (das 9h às 17h), com a criação de dois turnos de trabalho. Isso significaria criação de 161 mil novos postos de trabalho e ainda melhoraria significativamente o atendimento ao público, com quem a Fenaban se diz tão preocupada. Se estivesse mesmo, teria acatado essa proposta dos bancários”, completa Marcolino.

fonte: Seeb SP