Greve dos bancários de São Paulo chega ao 23º dia
Em assembléia realizada na tarde de ontem, 6, a maioria dos bancários de São Paulo votou pela continuidade da greve, fazendo com que o movimento avance nesta quinta-feira para o seu 23º dia.
A decisão foi acompanhada por integrantes da Coordenadora Internacional de Trabalhadores do Grupo Santander, que compareceram ao evento para prestar solidariedade aos bancários brasileiros.
A Coordenadora, que reúne representantes de nove países da América Latina e Europa, estará reunida nesta quinta e sexta-feira em São Paulo para discutir problemas comuns aos trabalhadores do banco espanhol.
Contatos com parlamentares – A Executiva Nacional dos Bancários passou a quarta-feira em Brasília visitando parlamentares. Um dos resultados desses contatos foi a constituição de uma comissão de deputados que pretende interceder junto às direções do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para que as negociações com os trabalhadores sejam retomadas e não haja o desconto dos dias parados.
A pedido do senador Paulo Paim (PT/RS), a Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal irá realizar audiência pública para discutir a greve no próximo dia 13. Caso até lá o impasse seja solucionado, a atividade será cancelada.
Nova conversa no TST – Os bancários também tiveram nova audiência com o presidente do Tribunal Superior do Trabalho, ministro Vantuil Abdala, que reafirmou seu desejo de tentar encontrar uma solução para a campanha salarial da categoria, que não seja o julgamento do dissídio.
“Os trabalhadores continuam buscando saídas negociadas, tentando romper a intransigência dos banqueiros. Esse jogo de empurra, em que os bancos públicos transferem para a Fenaban a responsabilidade e esta mantém a recusa em negociar, leva à radicalização do movimento, o que significa perda para todos”, avalia o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Luiz Cláudio Marcolino.
Nova assembléia – Os bancários de São Paulo, Osasco e região realizam nova assembléia para definir os próximos passos do movimento nesta quinta-feira, 7, às 16 horas, na quadra (rua Tabatingüera, 192, Sé).
Reivindicações da categoria – Os bancários reivindicam 19% de reajuste, abono de R$ 1.500, PLR de um salário mais R$ 1.200 e o não desconto dos dias parados. A Fenaban, por sua vez, mantém a mesma proposta rejeitada pela categoria, que prevê reajuste salarial de 8,5% (mais R$ 30 para quem ganha até R$ 1.500), PLR de 80% do salário mais R$ 705 e pagamento de vale-alimentação extra de R$ 217.
fonte: Airton Goes, com informações do Seeb SP