Greve continua em todo país
Mobilização tem de aumentar para pressionar banqueiro a apresentar nova proposta A greve da categoria continua nos 24 Estados, mas o presidente da Fenaban, Márcio Cypriano, afirmou ontem (28) que os bancos não pretendem apresentar nova proposta aos bancários.
Uma clara demonstração de que os trabalhadores têm de intensificar a mobilização para quebrar a intransigência dos banqueiros. E a melhor forma de fazer isso é com a participação ativa dos funcionários, de instituições financeiras públicas e privadas, na assembléia e na passeata que ocorrem a partir das 18 horas de hoje, na Praça do Patriarca, no Centro de São Paulo. “A mobilização da categoria é a maior resposta que podemos dar aos banqueiros nesse momento. Estamos reivindicando, entre outras coisas, aumento real, PLR e 14º salário, ou seja o justo reconhecimento de todo o esforço e dedicação de cada funcionário nas agências e concentrações”, afirma o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Luiz Cláudio Marcolino.
Grana tem – De acordo com Marcolino a divulgação dos balanços do primeiro semestre de Bradesco e Itaú, por exemplo, não deixam dúvidas de que os banqueiros podem sim, melhorar a proposta. Pelos balanços, o banco de Cypriano, o Bradesco, lucrou R$ 1,25 bilhão, registrando um crescimento de 21,8%, enquanto o de Setúbal, o Itaú cresceu 22% e chegou a R$ 1,825 bilhão. A comparação é com o primeiro semestre do ano passado.
Por outro lado, num levantamento da consultoria Economática, de 3 de agosto último, somados os lucros do semestre de Bradesco, Itaú e Santander (R$ 865 milhões), o resultado equivale a 63% dos ganhos registrados por 45 empresas não financeiras no mesmo período, incluído aí empresas de porte como a Telefônica, e gigantes do ramo petroquímico e metalúrgico.
Além de baterem sucessivos recordes de lucros – que cresceram mais de 1.000% nos últimos 10 anos – os bancos ainda cobrem a folha de pagamento dos bancários com o que arrecadam com tarifas. Estudo elaborado pela Linha Bancários do Dieese mostra que, em 94, 25,4% das despesas com pessoal eram cobertas pelas taxas de serviços cobradas dos clientes. Dez anos depois, esse total é de 97%, tomando a média dos 11 maiores bancos do país.
“Na audiência no TRT-SP de hoje vamos deixar claro que queremos negociar, mas que não aceitamos proposta igual à já rejeitada pelos bancários nacionalmente. E o desconto dos dias parados”, adverte Marcolino.
No Brasil – Nesta tarde, bancários das 24 capitais e dos principais municípios do interior organizam uma passeata, para protestar contra os interditos proibitórios, mas também para chamar a atenção da população contra as ameaças dos banqueiros.
A CNB/CUT também está preparando uma manifestação pública sobre a greve para ser veiculada nos principais órgãos de imprensa do país.
fonte: Folha Bancária – Seeb SP