Governo desiste de elevar contribuição de empresa para pagar aposentado
Depois de ser pressionado por empresários, trabalhadores e parlamentares, o governo desistiu de aumentar a contribuição previdenciária das empresas em 0,6 ponto percentual para garantir os recursos para o pagamento da correção dos benefícios para os aposentados.
O recuo foi anunciado um dia depois do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, garantir que iria manter o aumento de contribuição para pagar as dívidas. Em compensação, haverá uma mudança no pacote que havia sido preparado para reduzir a carga tributária do brasileiro, que será menor que o esperado.
Segundo Palocci, ao invés de tirar dinheiro da folha de pagamento, o governo decidiu que haverá uma redução menor dos impostos. “Não teremos o aumento na folha de pagamento, por outro lado, o pacote de medidas será um pouco menor que o anunciado recentemente”, disse.
Palocci afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se sensibilizou com os apelos dos empresários e líderes do governo no Congresso, que protestaram contra o aumento da contribuição da Previdência. “O presidente propôs que nós readequássemos esse pacote de medidas para tornar desnecessário o aumento de 0,6 na arrecadação da contribuição na folha de pagamento”, disse.
Segundo o ministro, na prática, foi mantida a decisão de arranjar uma fonte de recursos para o pagamento das aposentadorias com base em impostos ou contribuições tributárias.
Duas frentes – Até o começo da semana, o governo trabalhava com a idéia de aumentar a contribuição previdenciária para pagar os aposentados. Mas ao mesmo tempo, anunciaria um pacote de redução de impostos para compensar o aumento da carga tributária ocorrido neste ano.
Para evitar o desgaste, o presidente Lula pediu a Palocci que promovesse uma redução menor de impostos, suficiente para compensar os gastos com o pagamento dos aposentados. Isso só é possível, segundo o ministro, porque a redução de impostos é bem maior que os gastos com as aposentadorias.
Ainda não está definido o que será modificado no pacote de redução da carga tributária. Entre as medidas, estão garantidas apenas a redução de R$ 100 no Imposto de Renda pelos próximos seis meses e a desoneração da cesta básica. O pacote também inclui incentivos fiscais para aplicações de longo prazo na poupança e redução de impostos para bens de capital, entre outras medidas.
fonte: Folha Online