FUNCIONÁRIOS FECHAM ADGER CENTRAL E CONSEGUEM GARANTIA FORMAL DE QUE NÃO EXISTE LISTA DE DEMISSÕES
Paralisação na Adger Central arranca compromisso do banco
Os funcionários da Adger Central, incluindo a agência, paralisaram totalmente suas atividades na quarta-feira, 18, em protesto contra a demissão de um colega ocorrida no dia anterior. Cerca de 1.200 bancários aderiram à mobilização, que começou às 7h e prosseguiu até às 16h, enquanto representantes tentavam abrir negociações com a Direção do banco.
“Ao final, o Banespa concordou em formalizar por escrito a inexistência de qualquer lista de corte”, diz Cido Sério, presidente da Afubesp. Segundo o dirigente, a informação sobre a demissão de 1.500 trabalhadores vinha circulando insistentemente nas unidades do grupo e servia, inclusive, de instrumento de pressão para alguns administradores.
Sobre o cancelamento da demissão – solicitada pelos representantes –, o banco assumiu compromisso de se reunir nesta semana com os dirigentes sindicais para esclarecer os motivos do desligamento. “De posse dessas informações, voltaremos a conversar com a Direção.” A demissão foi a primeira na base territorial do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região desde a privatização do Banespa, em novembro de 2000.
Mas, desde o momento em que a direção do Santander Banespa se recusou a renovar a cláusula de garantia de emprego, que expirou no dia 31 de março deste ano, aumentou o receio de que fosse desencadeado um processo de demissões em massa. “O documento do banco é importante, pois os funcionários não podem continuar trabalhando sob constante ameaça”, completa Cido Sério.
Durante a paralisação, o diretor do Seeb SP Luiz Campestrin destacou o absurdo de se falar em processo demissional quando o banco desponta como o campeão em lucratividade. “Os resultados do ano passado (R$ 2,818 bilhões) e do primeiro trimestre de 2003 (R$ 830 milhões) acenam para o crescimento do grupo e não para a redução do quadro.”
Sérgio Godinho, também diretor do Sindicato, afirma que a mobilização vai continuar, pois os representantes dos funcionários não vão admitir cortes. “Nossa bandeira de luta pela garantia de emprego já dizia que o banco iria parar em caso de demissão”, relembra. “Continuaremos resistindo e recorreremos a todos os meios possíveis para defender o emprego dos bancários.”
Pesquisa recente contratada pela Afubesp e Seeb SP mostra que 82% dos clientes avaliam positivamente os bancários do Grupo Santander Banespa e 78% são contrários a possíveis demissões. “Se os clientes estão satisfeitos, por que a direção do Santander vai mexer em time que está ganhando?”, questiona Godinho.
fonte: AFUBESP