Funcionários de bancos privados aprovam proposta de itens econômicos da Fenaban
Bancários do país inteiro realizaram na terça-feira, dia 2, assembléias para avaliar as propostas da Fenaban e do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal.
Em São Paulo, cerca de 90% dos mais de 500 trabalhadores de bancos privados e da Nossa Caixa presentes à assembléia aprovaram a proposta de itens econômicos apresentada pelos banqueiros na última segunda-feira. Os funcionários do Banco do Brasil também votaram pela aprovação. Somente os empregados da Caixa Federal, que não tiveram avanços nas questões específicas, entraram em greve por tempo indeterminado a partir desta terça, dia 3.
O reajuste será de 6% (aumento real de 1,13%) para salários e demais verbas, como vale-refeição, cesta-alimentação e auxílio-creche.
Os bancários conquistaram o pagamento da 13ª cesta-alimentação, que este ano terá valor de R$ 252,36 depositado até a folha de pagamento de novembro. A cesta será definitivamente incorporada à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
Outro importante avanço: além dos 80% do salário mais valor fixo de R$ 878 – que pode chegar a dois salários nos bancos que não atingirem os 5% do lucro na distribuição – o valor adicional à PLR foi aumentado em 20%, o que corresponde ao crescimento do lucro dos bancos no 1º semestre.
Inovação – A Campanha Nacional 2007 ganhou um novo formato de negociação graças à intervenção dos trabalhadores. O Comando Nacional dos Bancários, durante mais de um mês, apostou num processo que previa que os blocos de reivindicações seriam debatidos até que se esgotassem as discussões de cada tema. O objetivo: decidir a campanha desse ano sem os percalços que a greve traz para bancários e população, e evitar o “não para tudo” que sempre caracteriza a postura dos banqueiros.
Na primeira rodada foi acertada a criação de programas para prevenção e combate ao assédio moral – com canal de denúncias para o bancário – e de prevenção e tratamento de doenças ocupacionais, entre outros avanços.
Quando começaram a ser debatidas as cláusulas econômicas, os banqueiros voltaram a enrolar. Após quatro rodadas apresentaram uma proposta que previa somente a reposição da inflação. Foram necessárias mais cinco rodadas até que aparecesse a proposta aceita pelos bancários na noite desta terça.
“Foi um processo longo, cansativo, que exigiu muito preparo dos bancários nas rodadas de negociação, mas valeu. O acordo fechado é um dos melhores dos últimos anos, e é importante levar em conta que há quatro anos os bancários fecham campanhas com aumento real”, diz o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino. “Os bancários merecem mais, não temos dúvida, mas estamos avançando. Conseguimos também agregar uma nova conquista ao contrato de trabalho, a 13ª cesta. Isso é muita coisa, os bancários estão de parabéns. As conquistas são fruto da participação e mobilização de cada um dos trabalhadores da categoria”, completa o dirigente.
Como fica a PLR – Pela regra da Participação nos Lucros e Resultados assegurada em convenção coletiva nacional todas as empresas devem destinar no mínimo 5% e no máximo 15% de seu lucro líquido na distribuição a seus funcionários.
Quando a distribuição for inferior aos 5%, o banco tem de majorar o pagamento até atingir dois salários do funcionário – com teto de R$ 11.652.
Pelas projeções do Sindicato, todos os trabalhadores do Bradesco, Itaú, Unibanco, Santander e Real ABN receberão dois salários.
Vale lembrar que a PLR será de 80% do salário mais o valor fixo de R$ 878 para os bancos que gastarem acima dos 5% do lucro líquido, como é o caso do HSBC: 50% desse valor (40% do salário mais R$ 439) serão pagos dez dias após a assinatura do acordo e a segunda parcela vem até março de 2008.
Adicional – Os funcionários desses bancos também receberão o adicional à PLR que pode variar de R$ 1.200 até R$ 1.800. Metade deste valor, de R$ 600 até R$ 900, também será creditado dez dias após a assinatura do acordo. O adicional é pago acima dos tetos e sem desconto de programas próprios de remuneração.
O valor adicional equivale a 8% da variação do lucro líquido do primeiro semestre de 2006 para o primeiro semestre de 2007, dividido pelo número de empregados.
Quando a variação do lucro do primeiro semestre for igual ou maior que 15%, será garantida a parcela mínima de R$ 600.