Fetec SP define campanha permanente por contratações
Nos últimos 11 anos, os bancos reduziram a categoria bancária, então com 655 mil empregados, para 400 mil trabalhadores. Ao mesmo tempo, o setor registrou um aumento no número de contas correntes de 44 milhões para 72 milhões, conforme o balanço social da Febraban. O corte nos postos de trabalho, somado ao aumento no volume de serviço, resultou em novas pressões aos bancários, dentre as quais por cumprimento de metas, desrespeitos à jornada de trabalho e, conseqüentemente, agravos à saúde física e mental dos trabalhadores.
Preocupada com essa situação, a Fetec/CUT-SP, em reunião da Executiva, realizada no último dia 12, aprovou estender para todo o Estado a campanha por novas contratações no setor bancário, já em curso nas bases dos sindicatos de São Paulo, ABC, Guarulhos e Jundiaí. A idéia é tornar permanente a campanha, organizada pela CNB/CUT, em defesa do emprego, tornando-a parte da campanha salarial da categoria.
Além dos bancários, a campanha pelas “Contratações Já” deverá buscar o envolvimento de clientes e usuários dos bancos, por meio de debates sobre o tempo de espera nas filas e a qualidade do atendimento prestado. “O lucro dos maiores bancos ultrapassa a casa dos bilhões o que dá a eles condições suficientes de prestar serviços de qualidade à sociedade. A contratação de mais trabalhadores é a saída para isso. Com mais bancários, diminuem-se as filas nas agências, também diminui-se o excesso de trabalho, a imposição de metas e, conseqüentemente, a extrapolação da jornada, muitas vezes, sequer remuneradas. Sem a criação de novos postos de trabalho, a situação tende a ser pior para os bancários e a sociedade em geral”, garante o presidente da FETEC/CUT-SP, Sebastião Geraldo Cardozo.
Na avaliação do dirigente, o Banco Central tem sua parcela de culpa no quadro atual. “Diversos municípios já aprovaram leis limitando o tempo de espera nas filas. Mas os bancos se valem de regulamentação do Banco Central para driblar legislação municipal, alegando competência federal”, critica Cardozo ao frisar: “O BC precisa desregulamentar”.
Uma outra proposta, defendida há tempos pelo movimento sindical bancário no sentido de melhorar os serviços prestados à população, é a ampliação do horário de atendimento ao público, com criação de dois turnos de trabalho. Só que mais uma vez, as instituições financeiras driblam. Em algumas experiências-piloto, elas estão ampliando o horário de atendimento sem a devida criação de um segundo turno e sem novas contratações, piorando ainda mais a extrapolação da jornada.
“Nossa campanha também visa impedir que essas experiências se transformem em prática comum entre os bancos”, antecipa o secretário-geral da Fetec, Antônio Cortezani.
Campanha estadual – Para organizar a campanha pelas contratações no Estado, a Fetec/CUT-SP está elaborando um quadro sobre leis de filas nos sindicatos filiados. A intenção é mobilizar pela importância desse instrumento, com pressões nas Câmaras Municipais e parcerias com IDEC (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) e Procons.
Também estão previstas manifestações/paralisações nos bancos, bem como atividades conjuntas com as entidades representativas de aposentados, utilizando como mote o tempo de espera nas filas.
Paralelamente, os sindicatos deverão buscar articulações com os Conselhos Sindicais Regionais, com o intuito de promover fiscalizações conjuntas entre os sindicatos e as DRTs, a exemplo do Sindicato dos Bancários de Guarulhos.
fonte: Fetec/CUT-SP