FENABAN PROPÕE 5% DE REAJUSTE E VOLTA A ATACAR ANUÊNIO
Na negociação de ontem, entre a Executiva Nacional dos Bancários e a Fenaban, os banqueiros deixaram claro seu objetivo: não agregar novos custos fixos e acabar com os já existentes.
Além de se negar a debater temas de relevância para a categoria, como igualdade de oportunidades, auxílio-educação, convênio médico, garantia no emprego, produtividade e segurança bancária, a Fenaban se limitou a propor reajuste de apenas 5%. Como se não bastasse, propôs o fim do anuênio para novos funcionários e indenização, com incorporação como verba de caráter pessoal dos anuênios adquiridos pelos atuais funcionários.
Para a Executiva Nacional a apresentação de proposta global, contemplando basicamente os itens do acordo passado, demonstra o desinteresse dos banqueiros para com as necessidades da categoria, mesmo depois de abocanharem gordas fatias de lucros no ano passado. A Executiva explica que o reajuste apresentado sequer repõe a inflação de 9,21% do período e que a proposição para o anuênio divide os bancários em três segmentos: os que optarão por manter o benefício, aqueles que optarão pela indenização em troca do congelamento dos atuais anuênios e os que não terão o direito.
O Secretário Geral da FETEC, Sebastião Geraldo Cardozo (Tião), destaca o abuso da proposta. “O reajuste de 5%, além de não cobrir a inflação, é uma mixaria em relações aos lucros dos bancos. Sem contar que a proposição para o anuênio é no mínimo capciosa, pois remete perdas para o futuro”.
Na avaliação do Secretário, trata-se de uma promissória em branco que lesa o direito dos futuros bancários. “Apesar de não mexer no anuênio do atual bancário, já que dá a opção de escolha, a proposta dos banqueiros acaba com o direito daqueles que virão”, explica Tião.
A Executiva Nacional orienta os sindicatos a debaterem a proposta nos locais de trabalho, mostrando sua insuficiência, a necessidade de se avançar em benefícios, índice, produtividade e a armadilha sobre o anuênio. A representação ressalta ainda a importância de ampliar o nível de mobilização dos bancários, realizar manifestações e denunciar a ganância dos donos do sistema financeiro. A princípio, as entidades devem promover manifestações, no próximo dia 13/09, com o mote “Chega mais: vamos descongelar os salários”.
A proposta – 5% de reajuste sobre os salários de set/99;
– PLR de 80% sobre o salário, mais R$ 400,00, limitado a R$ 3.250,00, dividida em duas parcelas;
– ATS: opção pela indenização de R$ 1.000,00 para quem optar pelo fim do anuênio ou continuidade do benefício para os admitidos até 31/8/2000 e fim do ATS para os admitidos a partir de 1/9/2000;
– Indenização adicional para os demitidos durante cinco meses a partir da data de assinatura do protocolo.
fonte: AFUBESP