Executiva Nacional orienta bancários a manter mobilização
A orientação da Executiva Nacional dos Bancários é que a categoria mantenha e amplie a greve em todo o país. A reunião entre a Federação dos Bancos (Fenaban) e a Executiva, realizada ontem, terminou sem acordo. Os banqueiros não apresentaram nova proposta e só voltam a negociar quando a mobilização tiver encerrado. “Eles alegam não ter possibilidade de fazer nova oferta, pois vai onerar ainda mais os bancos”, informou o diretor da FEEB-RS, Juberlei Baes Bacelo, que participou em São Paulo das discussões.
O dirigente acusa os bancos de não encararem com seriedade a negociação, pois apenas um representante da Fenaban compareceu ao encontro que aconteceu nesta tarde. “Foi uma reunião, eles não encararam como negociação. A comissão, com representantes dos bancos, não compareceu e não ocorreram avanços”, disse.
Os bancários querem, entre outras coisas, reajuste de 25%, aumento na participação dos lucros e redução da jornada de trabalho. A última oferta da Fenaban foi de um reajuste entre 8,5% e 12%, com participação nos lucros de até 80%, mas foi rejeitada pela categoria.
O setor mais lucrativo do Brasil, que só no primeiro semestre deste ano faturou R$ 11,6 bi (78,2% a mais que o mesmo período de 2002), alegou não ter margem para elevar os custos da folha de pagamento, que no ano passado foi coberta somente com as receitas de tarifas.
A Executiva propôs um calendário de negociações para tentar solucionar o impasse, mas a Fenaban recusou. “Não adianta continuar com as negociações porque nós não mexeremos na proposta. Continuar seria vender uma ilusão para a categoria de vocês”, disse Magnus Apostólico, negociador da Fenaban. Os banqueiros insinuaram, ainda, que pensam em descontar os dias parados.
“É um absurdo ouvir dos banqueiros que eles não têm condições de aumentar a proposta. A categoria já deu o seu recado e recusou os valores apresentados. Manter a mesma proposta é ignorar um movimento forte, como esta greve. O que disseram hoje na mesa de negociações soou como provocação”, disparou Vagner Freitas, presidente da Confederação Nacional dos Bancários (CNB/CUT).
A orientação da Executiva Nacional dos Bancários é que a categoria mantenha e amplie a greve em todo o país. “Se quisermos sair vitoriosos desta Campanha Salarial, a greve tem que ser fortalecida nos bancos públicos e ampliada nos bancos privados”, avisou Vagner.
fonte: Feeb RS