Estudo reforça luta pela igualdade de oportunidades
Apesar da luta e das conquistas femininas do último século, as diferenças salariais entre homens e mulheres não diminuíram. Estudo do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e social) revela que, se persistir essa tendência, seriam necessários mais 75 anos para que as trabalhadoras brasileiras recebam rendimentos iguais aos pagos para homens.
O levantamento dá conta de que, em média, elas recebiam 89,8% da renda masculina entre 1996 e 1999. Esse percentual alcançou 91% de 2000 a 2005, o que representa um avanço de apenas 0,2 ponto percentual.
O estudo foi elaborado a partir de dados do Cadastro Geral de empregados e Desempregados (Caged) e da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho.
Bancárias discriminadas
Na categoria bancária a diferença aumentou. Dados da Rais indicam que em 1995, os bancários recebiam 26,86% a mais do que os valores pagos às mulheres da categoria. Já em 2005, os homens passaram a ganhar salários 31,96% superiores aos das bancárias.
Nesse período de 10 anos a diferença aumentou 5,1 pontos percentuais. A oportunidade reduzida às mulheres para o acesso aos cargos de chefia nos bancos, é um dos principais fatores que contribuíram para elevar a discrepância.
Essa realidade reforça a importância da mesa temática da categoria, um espaço de negociação criado para discutir e apontar ações para ampliar a promoção da igualdade de oportunidades.
A categoria bancária foi a primeira a conquistar em Convenção Coletiva Nacional, em 2000, cláusula específica para a discussão do tema junto aos representantes das empresas.
Tanto o estudo geral do BNDES, quanto o específico da categoria apontam o crescimento do nível de escolaridade de homens e mulheres o que torna ainda mais injustificável às limitações impostas as trabalhadoras.
Os bancários e as bancárias não devem aceitar como normal os problemas culturais e sociais, como por exemplo, a punição das mulheres que deixam de ser promovidas porque ficaram grávidas. É preciso aumentar a indignação e a cobrança por uma mudança desses quadros de desigualdades, que são um desrespeito não só às mulheres, mas aos homens, às famílias, aos trabalhadores, a toda sociedade.
Campanha Nacional dos Bancários de 2006
A Contraf-CUT já realizou duas rodadas de negociação com a Fenaban sobre a Igualdade de Oportunidades nos bancos. A minuta de reivindicações deste ano reserva seis dos seus 101 artigos para o tema, entre elas: isonomia de tratamento para homoafetivos, promoção da diversidade, ascensão profissional e contratação de trabalhadores com deficiência.
Ainda não há data marcada para o próximo encontro.
fonte: Seeb SP