Empréstimo consignado: riscos para os aposentados
A expansão dos empréstimos consignados, que possibilitaram à ampla parcela da população o acesso a bens de consumo de natureza diversa, tem um componente de risco nos orçamentos familiares de pessoas aposentadas.
Até maio último os empréstimos pessoais, de forma geral, tinham alcançado R$ 100,8 bilhões, conforme dados do Banco Central. Desse total, os financiamentos consignados eram responsáveis por R$ 56,3 bilhões, tendo crescido 46% em 12 meses, entre maio de 2006 e de 2007.
Em média, cada aposentado já contratou 2,3 empréstimos, reduzindo-se, portanto, seus ganhos, com reflexos negativos sobre as despesas familiares, prejudicadas por menor disponibilidade financeira em conseqüência do desconto feito.
Para as instituições responsáveis pela concessão de crédito, a área de bens de consumo é considerada estratégica, uma vez que estimativas do mercado sinalizam que os financiamentos consignados poderão aumentar para R$ 100 bilhões a R$ 150 bilhões, como registra o jornal “Valor Econômico”, de 2 de julho passado.
A modalidade que vincula o pagamento do empréstimo à aposentadoria, recebida mensalmente, não oferece risco aos financiadores, salvo pelo imprevisto falecimento de quem contraiu o débito, ao contrário do crédito pessoal tradicional, sujeito à inadimplência.
Em todo o País, nas esferas federal, estaduais e municipais, existe um grande número de pessoas aposentadas (e pensionistas) que têm realizado tais operações. Sabe-se que a consignação exige determinada margem de desconto sobre a importância auferida mensalmente. Em muitos casos, o tomador do empréstimo que atende a essa exigência não avalia corretamente quanto poderá comprometer da sua renda.
No mais das vezes, precisa quitar um débito, resolver uma situação de emergência ou, então, adquirir um bem de consumo desejado, restando, em sua defesa, que sejam cobrados juros menores e maior participação dos órgãos que os representam junto às instituições financeiras, renegociando operações realizadas com ônus superior à sua capacidade de pagamento.
fonte: Folha de Pernambuco