EDUARDO GUIMARÃES AFIRMA AOS DEPUTADOS PAULISTAS QUE É IMPOSSÍVEL PREVER QUANDO SERÁ SOLUCIONADO O PROBLEMA DA MULTA DE R$ 2,8 BI
Em exposição realizada hoje, 21, na Comissão de Finanças e Orçamento da Assembléia Legislativa de São Paulo, o presidente do Banespa, Eduardo Guimarães, não soube precisar quando se dará a solução para a pendência tributária de R$ 2,8 bilhões.
Ele garantiu aos deputados que irá recorrer a todas as esferas. “Acreditamos que há base jurídica para sustentar essa posição que vem sendo adotada. Se chegarmos a um consenso favorável no Conselho de Contribuintes, isso se resolverá em 6 meses ou 1 ano. Se tivermos que recorrer à Justiça, isso ficará indefinido”, afirmou.
Disse também desconhecer a existência de algum mecanismo que possibilite a continuidade do processo de privatização sem resolver o problema da autuação. “Acho que o BC está trabalhando com essa nova realidade e tentando descobrir alguma forma de viabilizar a venda do banco, mas ainda não temos conhecimento”.
Na fase de debates, vários parlamentares, inclusive da situação, disseram que a Assembléia Legislativa deveria impedir a privatização do Banespa nessas circunstâncias, pois a venda resultaria em prejuízo para o Estado de São Paulo.
José Benedito Rezende (PL) chegou a dizer que irá propor ao governador a retomada do banco pelo Estado. “Diante dessa situação, nada mais justo do que ficar com São Paulo.”
Os deputados disseram também que vão requerer informações sobre os números do banco. Conforme está previsto na Lei 9466, esses dados devem ser fornecidos à Alesp.
Contradição do cargo
O presidente da Afubesp, Eduardo Rondino, também questionou o presidente do Banco. Veja os principais trechos:
Rondino – O banco tem algum estudo sobre o valor da marca Banespa?
Guimarães – Não.
O Fator levou isso em consideração na avaliação?
Certamente isso será considerado, mas não tenho o valor.
O Fator concluiu a avaliação do preço de venda do banco?
Ainda não transmitiram (o valor) para o Banco Central.
Gostaria que confirmasse uma declaração à imprensa na qual afirma desejar que o banco fosse vendido após a publicação do balanço de 99.
O que eu disse é: se nós formos vender em 2000 seria conveniente esperar o balanço de 99 para ter uma precificação mais próxima do valor do banco.
Rondino – Todos os presidentes e diretores do banco que assumiram falavam na expectativa da privatização. Só que existe uma contradição, pois quando o senhor assume a presidência do Banespa, assume a direção de uma empresa de economia mista e para nós funcionários é muito ruim quando os diretores do banco vão à imprensa e dizem que vão vender, vão vender. Para os banespianos a obrigação maior da direção é fazer o banco crescer e não tentar acabar com ele.
Complementação de aposentadoria do pessoal anterior a maio/75
Vai ser criado um fundo para o pessoal anterior a maio de 75?
Essa questão estava pendente da definição da Receita. Estamos estudando isso. Há intenção de caminhar nessa direção, mas esse é um fato novo que tem a ver com os recursos desse fundo. A intenção, em princípio é criar esse fundo ou algum mecanismo de apartar esses recursos.
Serviço passado do Banesprev
Qual o tratamento que o banco está dando para o serviço passado do Banesprev?
Estamos trabalhando nessa questão. Realmente, o Banesprev tem uma reserva subavaliada porque não teria sido considerado nesse processo o serviço passado. Estamos examinando, mas o valor é bem inferior a esse (R$ 1 bilhão). Estamos só começando a ver essa questão, que será equacionada previamente ao leilão ou no Edital de vendas. É uma questão para a qual a diretoria está atenta.
fonte: AFUBESP