DUAS POSIÇÕES DIFERENTES NA CONDUÇÃO DO ACORDO
Por que os comandos adotaram posição diferente na condução do Acordo Coletivo
Em sua reunião de quinta-feira passada, 14, o Comando Nacional Banespa representado pela CNB-CUT, Fetec-SP, Afubesp, Seeb-SP, sindicatos e federações cutistas e Direp/Corep decidiu rejeitar a proposta do banco enviada à Executiva na manhã daquele dia.
A decisão se deu com base na avaliação de que na conjuntura atual é possível reverter a privatização do banco e, portanto, o funcionalismo não deve permitir o rebaixamento de seu Acordo Coletivo nem aceitar uma proposta salarial inferior à da Fenaban, como propõe o Conselho Diretor.
Durante as negociações era consenso entre as duas Executivas (uma representada pela CNB-CUT, Fetec-SP Seeb-SP, Afubesp, Direp/Corep e sindicatos e federações cutistas e outra pela Feeb-SP/MS e sindicatos afiliados) de que não deveriam aceitar redução de direitos no Acordo.
No entanto, na tarde do dia 13, na reunião em que o banco apresentou às entidades aquela que seria sua última proposta, os representantes vinculados à Feeb SP/MS deram sinais de que estariam próximos da aceitação.
Na manhã seguinte, o banco apresentou o que chamou novamente de proposta final com a inclusão de algumas melhorias e eliminação de algumas pendências, mas ainda assim muito abaixo do que o Banespa pode pagar e com brechas para desemprego em massa.
Apesar disso, a Feeb/SP recuou de sua posição inicial e imediatamente começou a convocar assembléias defendendo a aprovação do acordo. Alguns sindicatos ligados à Feeb sequer convocaram assembléias e suas direções optaram por passar listas (um método no mínimo questionável) entre os funcionários, na qual subscreviam sua aceitação da proposta.
Também foi enviado um fax às agências tão curto e grosso como enganoso, pois dava a entender que o banco havia assegurado garantia no emprego e complementação de aposentadoria para os funcionários que ingressaram até 22/05/75, o que é falso. A proposta do banco é capciosa ao insinuar uma garantia que, se aprovada, vai significar a reedição de um PDV com a anuência dos funcionários; uma porta aberta para demissões coletivas. E uma cláusula sobre complementação, sem a estruturação de um fundo, e nada dá na mesma. Não assegura coisa alguma.
Na visão de Cido Sério, vice-presidente da Afubesp, o que está ocorrendo é que existem duas visões diferentes sobre o destino do banco. Ele afirma que o Comando cutista acredita na reversão da privatização e, portanto, joga todas as suas energias na luta em defesa do banco e das conquistas do funcionalismo, o que inclui rejeitar qualquer rebaixamento do Acordo Coletivo.
“Já a postura do Comando representado pela Feeb-SP/MS de aprovar a toque de caixa a proposta do banco leva a crer que ele já considera perdida a luta contra a privatização, por isso defende a assinatura do acordo até mesmo com índices salariais inferiores ao acordado com a Fenaban”, avalia.
Cido esclarece que o Comando cutista tem em sua base cerca de 80% dos banespianos e lembra que além das inúmeras atividades políticas em defesa do banco, a Afubesp isoladamente ou com outras entidades do comando cutista subscreve 11 ações contra a privatização que tramitam na Justiça.
Não se tem notícias de ações nesse sentido movidas pelas entidades ligadas ao outro comando.
fonte: AFUBESP