DRT/RS vai mediar demissão da gerente seqüestrada do Santander
A Delegacia Regional do Trabalho (DRT) do Rio Grande do Sul, a pedido do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região e da Federação dos Bancários do RS, marcou uma mediação com o Grupo Santander Banespa para a próxima quinta-feira, dia 23, às 16h, na capital gaúcha. A mesa redonda vai discutir a demissão da gerente que foi seqüestrada e feita refém junto com o marido e o filho menor por mais de dez horas, entre os dias 30 e 31 de agosto, durante uma tentativa de assalto, na agência Unisinos do Santander Brasil, em São Leopoldo.
O banco não emitiu a Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT), solicitada por escrito na ocasião pelo Sindicato dos Bancários de São Leopoldo, nem providenciou tratamento médico e psicológico, apesar da grande repercussão que o caso ganhou nas manchetes dos jornais e emissoras de rádio e televisão no Estado. A dispensa ocorreu no dia 17 de novembro, quando se encontrava lotada na agência Sapucaia do Sul, para onde fora transferida.
“Pedimos no dia seguinte o cancelamento da demissão, através de carta, anexando boletim de ocorrência e recortes de jornais”, ressalta o diretor da Federação e da Afubesp, Ademir Wiederkehr. “Também cobramos a emissão da CAT e um tratamento adequado de saúde, pois ela está traumatizada, com sintomas de medo e pânico, além de ter insônia”. Até agora, o banco nada respondeu.
O assunto foi também muito discutido no 1.º Seminário Estadual de Segurança Bancária, realizado no dia 2 de dezembro, em Porto Alegre. “Além de uma moção de repúdio, foi aprovado o envio de uma carta ao presidente do banco, Gabriel Jaramillo, que inclusive veio inaugurar a agência Unisinos, propondo a reintegração da bancária, a emissão da CAT e tratamento médico e psicológico”, destaca o dirigente sindical. O documento foi enviado no último dia 8.
Sem resposta, os bancários esperam que o banco traga uma solução na mediação que a DRT/RS promove nesta quinta. “Nós já temos problemas de insegurança no Estado, com ondas de assaltos a bancos e carros-forte, seqüestros de bancários e roubos a lotéricas. Agora, as vítimas não podem ser demitidas. Ao contrário, elas precisam mais do que nunca de emprego e atendimento à saúde, a fim de que possam se recuperar do trauma e das seqüelas que sofreram”, conclui Ademir.